16 de dez. de 2003
Se a vida fosse um filme ela seria... #2
Koyaniskatsy, já ouviu falar?
Antes de assistir já observava as coisas insignificantes do mundo procurando um significado, depois
de assistir vi que não era o único a pensar desta forma, Francis Ford Coppola também pensa assim
e durante sete anos ficou filmando Koyaniskatsy.
Koyaniskatsy significa "vida fora de equilíbrio", e mostra coisas que normalmente não prestamos atenção;
coisas como o movimento das nuvens, as faíscas do ferro de solda de um serralheiro, o movimento caótico
das grandes metrópoles que misturam carros com pessoas, com outdoors, fachadas sujas, poluição... e
tudo isso acompanhado de boa música (boa porque te prende a atenção), na verdade só música, sem
diálogos e nem interrupções.
Tente achar, é meio difícil mas a busca vale a pena.
Vivo assim, como se fosse a lente do Coppola capturando cada imagem, me atentando a cada detalhe,
cada movimento exercido por pessoas e objetos mesmo que não esteja acompanhado de uma trilha
sonora. Gosto de admirar os contrastes e as semelhanças, quer um exemplo?
No centro de SP vá até a frente do Teatro Municipal e olhe em direção a Rua Libero Badaró, é impossível
não notar o contraste de dois prédios enormes com um vão que os separa deixando à vista o que um
dia foi o maior arranha-céu de SP, o Edifício Sampaio Moreira (acho que é esse o nome); pare ali por
alguns instantes e tente anular o seu arredor dando atenção somente à vista que tem a sua frente, com
a velocidade de um video clipe você verá várias imagens e perguntas em sua mente, você viajará sem
nenhum entorpecente, só com o processamento das informações em sua mente.
Experimente isso.
Monocromia
Olhe os porcos brincando na lama
Livres de quaisquer convenções
Só uma mente conturbada para entendê-los
Uma mente sedenta para libertar-se
À frente de seu tempo
Longe de ser compreendida
Alucinada pelo conhecimento
Insensível por ferir-se
Lembre-se das imagens registradas
O colorido branco e preto de sua mente
A sensível insensatez de amar
Valorizar coisas sem significado
Estes tempos em que quebramos as luzes
Sobrevivemos de anular sentimentos
É mais fácil não se sensibilizar
Não deixarmos as feridas se abrirem
Vamos para longe buscar novas realidades
Compreender o desperdício do tempo
Voltar ao nada para se reencontrar
Encontrar um novo alguém a quem amar.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
29/11/2003
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário