5 de nov. de 2006

Virando a gina... Daqui três horas e meia pego o ônibus para São Paulo. Parece que finalmente deixo Floripa com a sensação de fechar o ciclo que foi aberto em 1999. É verdade, minha história com Floripa começou antes de todos os acontecimentos de 2004 e finalmente parece findar-se. Na minha mente a Ilha da Fantasia foi engolida pelo mar que a rodeia, salvo claro uma dúzia de pessoas que ainda manterei contato por terem se mostrado grandes e verdadeiros amigos. Quem os é sabe. Até o clime propiciou essa sensação, está cinza como gosto em São Paulo, e mesmo indo comer um peixe delicioso a beira da Lagoa da Conceição; eu não consigo mudar a sensação que estou sentindo de dever cumprido. Viremos a página na BR, onde deixaremos junto com a Ilha todas as mágoas e traremos somente os aprendizados colhidos ao longo destes sete anos. Vivamos o presente que trará o futuro deixando o passado para a memória somente. Aquela memória que vale a pena remexer somente quando for interessante compartilhar as experiências tentando proteger quem nos cerca e por ventura queira se aventurar da mesma forma. Floripa já não tem mais graça, é como um livro que você gosta muito e um dia descobre outro que te interessa mais ainda. Gostei muito de Floripa, agora ela só faz parte da minha prateleira. A Ilha E assim se faz escura a ilha Aquela que todos dizem ser ensolarada Por mais que brilhe o astro rei Aqui mais do que em qualquer lugar ele não significa nada para mim. E agora o ciclo realmente se fechou Cicatrizou as feridas que vez por outra insistiam em arder A ilha é assim, te absorve e aprisiona quem se aventura Enfeitiça os despreparados levando-os quase à loucura. Vini, vidi vici... ...Não enquanto aqui estive Página virada, livro guardado... ...Guardado na prateleira dos arquivos mortos de minha mente Deixemos que alí perpetuem os desgostos encontrados Bem próximo ao mar para a próxima cheia os levar.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
05/11/2006