16 de set. de 2005

Procuramos independência... O mundo anda meio complicado, parece que cada dia mais nos isolamos e deixamos de interagir com as pessoas.São milhares de recursos que dispomos para nos comunicarmos de forma impessoal e sem precisar sair de casa: Internet, messengers, Skype, webcam... ... E o contato social morre a cada dia. Acho que quando Gran Bell inventou o telefone não imaginou que isso pudesse acontecer, acredito que sua invenção teve a intenção de facilitar o contato entre as pessoas e não que essa facilidade de contato fizesse com que as mesmas se afastassem. Claro, estaria mentindo se disesse aqui que não facilitou; mas da mesma forma que facilitou o contato, afastou as pessoas. O que se vê hoje é o distanciamento pela facilidade de comunicação. É sexo virtual, sexo por telefone; deu fome, liga e pede comida... Tudo na ponta dos dedos. É meio deprimente isso; e mais deprimente ainda se formos mais longe para analisar que hoje muitos romances começam via internet, ou até por aqueles serviços de disque amizade. Tem um lado positivo nisso, muitas vezes as pessoas acabam se interessando umas pelas outras por causa do intelecto ao invés de prestar atenção inicialmente ao físico. De onde eu tirei isso tudo? Simples... ... Estava indo trabalhar hoje quando vi dois velhinhos descerem do ônibus em frente ao cemitério de Santo Amaro; na hora pensei: "O mundo anda tão independente que daqui a pouco os velhinhos virão sozinhos, de ônibus para o seu enterro..." Mais tarde fui mais longe: "As crianças estão cada dia mais independentes, cada dia ficam independentes mais cedo; daqui a pouco o bebê vai se cansar de ficar na barriga da mãe e nascer de parto normal voluntário. Não por vontade da mãe, mas sim porque aquele lugar era muito chato". Devo realmente estar envelhecendo, essas coisas as vezes me assustam. Lucidez Outra vez a incerteza Onde iremos chegar dessa forma? Esse mar pode vir a nos afogar Estas ondas que nos atingem Hora a maré sobe... hora desce Quando desce leva-nos junto Nós e nossas lágrimas Fiquemos aqui, deixemos as lágrimas... De que vale a vida sem os sonhos? De que vale um amor incerto? Vale a dor que me proporciona... A incerteza de estar contigo? Temos que alimentar a vida Alimentá-la com nossos sonhos O que seria dos amores sem os sonhos? Talvez não doesse tanto Distância que me faz enlouquecer Tomemos o céu como ponto de referência Assim a distância parece menor Enganamos assim nossa dor Esta inconsistência que preocupa Toma-me pelo desinteresse Desinteresse causado pela incerteza contínua De que vale a vida sem os sonhos? Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 06/04/2004

31 de jul. de 2005

Um Pouco de Vida E assim vi que respiro com facilidade, dando vazão a todo o ar que se apresenta a mim. Logo pela manhã já vejo o sol, ou um céu cinzento na minha janela; ambos sempre pedem para serem contemplados. E assim o faço com um sorriso quase que de orelha a orelha por finalmente entender que a beleza está nos olhos de quem a vê. Como sempre digo ainda não sei nada, mas hoje posso dizer que sei o suficiente para me ver sorrindo diante das coisas que me são oferecidas; sejam elas boas ou ruins. Cada uma tem seu valor. Depois de tantos tropeços, quedas, arranhões, fraturas, cicatrizes, pontos falsos e cortes suturados; hoje cada um deles serve como um manual para sobreviver diante do novo olhando sempre a frente, acima e abaixo; tudo isso sem me preocupar com o que vem pela frente, simplesmente curtindo cada momento e eternizando-os em fotos e filmes mentais. Filmes e fotos que eu produzo através de um roteiro desconhecido e com uma receita simples. Viver! Nunca tinha arriscado isso. Hoje sorrio um riso de criança, aquele riso do presente tão esperado debaixo da árvore de Natal; e se choro, bem... ...Choro as lágrimas de quem estava soterrado sobre escombros do seu passado e foi salvo ainda com vida. Hoje Vivo! 31/07/2005 Misericórdia Sonho num momento Acordado numa eternidade de devaneios A vida e seus momentos Momentos que constroem a vida Instantes que eternizam na memória Velocidade intensa, perturbadora! Tudo passa despercebido Pare! Pare agora! Droga que vicia a mente Impossibilidade de se concentrar Olhe! crianças modificadas Não há mais infância Tome, leve sua dor! Não a quero para mim Sinta-a você mesmo Experimente seu veneno Nos tornamos assassinos de sonhos A morte é o sonho O sonho que a vida não alcança Quando chegada não há mais sonhos Nossa realidade imaginária Um sonho interminável Fuga dos sonhos reais, da vida real... Sonho realizar, voar e entender... Há o que entender Há a realidade que sonhamos Não a queremos agora Sempre recusaremos o paraíso por medo. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 03/04/2004

8 de jul. de 2005

Impotência Acho que essa é a pior sensação que existe, a vontade de tentar ajudar e ao mesmo tempo saber que não se pode fazer nada. Claro que temos que pensar em nós em primeiro lugar, mas quando vemos alguém que amamos sofrrer, a primeira coisa que pensamos é uma forma de ajudar. Ao longe, pelo telefone se escuta um choro. Como ajudar? Você está preso no seu trabalho, não pode sair dali naquele momento, e mesmo que pudesse... não tem como chegar até aquela pessoa. Já passou por isso? É, vira e mexe eu passo por isso; só que tem situações que por mais que você faça, jamais irá ajudar totalmente, o máximo que você fará será minimizar o sofrimento. Acho que essa é a pior sensação de impotência que existe, você de alguma forma querer ajudar e não adiantar nada.Muitas vezes quero ajudar sem saber como, outras quero ajudar sem ter como. Nessas horas, tudo que eu quero é poder estar próximo a pessoa para ao menos colocá-la em meu cólo, deitar sua cabeça em meu ombro e ficar ali parado, só fazendo um cafuné enquanto a pessoa alivia sua dor num choro que parece interminável. É o mínimo que podemos fazer a quem amamos; escutar nem que seja só o choro, o soluçar... aquele pranto de dor ou de saudade, as vezes pode ser também de arrependimento, ou quem sabe somente uma forte melancolia... um saudosismo. Hoje eu saí de casa chorando sem saber a causa, nem tentei descobrí-la, afinal d que adiantaria, dependendo o que fosse eu estaria impotente; as vezes estamos impotentes para resolver nossos próprios problemas. E sabe qual é o nosso maior problema? Nós mesmos. Dor da noite É sempre assim quando acaba Voltar só para casa Não poder ouvir sua voz Saber que a cama estará vazia É sempre assim quando acaba Sair sem você ainda não tem graça Ligar a TV para o tempo passar Pensar o que faria com você ao meu lado É sempre assim quando acaba A noite vazia e perdida A risada sem graça predomina Onde está você agora? É sempre assim quando acaba Mais uma cerveja ou um cigarro Alguns amigos num papo furado A música alta ensurdecida por sua imagem É sempre assim quando acaba O caminho de volta isolado O choro engolido com a mágoa Na face, a aventura de uma lágrima... É sempre assim quando acaba Dias ensolarados viram cinzentos Noite estrelada acobertada por nuvens Nós dois longe por nossos erros Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 04/04/2004

10 de jun. de 2005

Dia dos Namorados Imaginário Ele era só um amigo imaginário, mas de tanto conviver com pessoas de verdade acabou se encantando pelos sentimentos delas. Como era imaginário, todo ano imaginava-se namorando no dia dos namorados. Após dez anos nessa situação via-se sem imaginação para este ano imaginar-se com alguém. E na verdade apareceu alguém real, mas era tão bom que parecia irreal. Ele caminhava feliz com uma música feliz em sua cabeça e com borboletas no estômago. Todo o dia chegava em casa e ficava ansioso por falar com aquela que despertara finalmente um sentimento real, que o fazia sentir-se bem de verdade. Tudo que ele queria era estar com ela, mas como imaginou... ... Era imaginário. Eles se encontraram, comeram, beberam e se divertiram; conversaram e mais uma vez sua imaginação pregara-lhe uma peça. Era muito bom para ser verdade. Pelo menos naquele momento aquilo não poderia acontecer; poderia se fosse antes, ou quem sabe depois. Era tudo muito vago para ser real. As únicas coisas que pareciam realmente reais eram realmente aqueles momentos que estiveram juntos, nem que fosse imaginação, mas as sensações eram reais demais para ser só imaginação. Mas por mais que fosse real se tornou imaginação, ele finalmente passaria seu dia dos namorados real, mais imaginário do que nunca. E ele gostou da idéia, afinal se não fosse para ter sensações reais, seria melhor imaginar-se comemorando este dia só do que acompanhado de mais imaginação.Mas ele ainda quer que essa pessoa que parece ser tão real, deixe de ser só imaginação para que possa viver a realidade com ela. Sem poema desta vez.

24 de mai. de 2005

Tem horas que tudo o que precisamos é um copo de Coca-Cola. Ele não havia dormido nada após a fatídica noite anterior, mas mesmo assim saiu cedo com aquela que sempre fôra seu amor platônico. Rumaram para a marginal Pinheiros sentido rodovia dos Bandeirantes, e após aproximadamente uma hora estavam no parque de diversões. Eles sempre se deram muito bem como amigos, em outras ocasiões chegaram a trocar alguns beijos, todos eles muito carinhosos; mas foram raros e nunca passou disso. Ela via nele o seu anjo da guarda, mas ele sempre a enxergou como a mulher ideal; mais velha, cheia de atitude, divertida e com um gênio fortíssimo. Ela sempre povoou suas fantasias, e neste dia fez com que ele se sentisse criança novamente. Era um simples passeio no parque, mas para ele era algo maior, era passar um dia inteiro ao lado de sua mulher ideal. Brincaram nas mais diferentes atrações, foram na montanha- russa no escuro, riram como crianças, se molharam com as crianças e comeram como adultos. Mas tudo acaba. Por volta de 19h dirigiram-se ao estacionamento que já estava bem vazio. No caminho até o carro ela comentou sobre um livro de Stephen King. Ao chegarem no carro ambos foram até o porta-malas para que ela trocasse de calçado, só que naquele exato momento veio-lhe na cabeça a idéia de escrever um conto que começou a contar para ela. Mas fez mais que contar, começou a transformá-lo em realidade jogando-a dentro do porta-malas e começando a beijá-la e despí-la. Nunca havia agido assim antes. Enquanto a possuía relatava seu conto e a estrangulava. Após terminar deixou-a no porta-malas, fechou o mesmo e rumou para a estrada de volta. Durante todo o percurso tentou encontrar um motivo que o tivesse levado a fazer o que fez. Mas não encontrou nenhum. Adentrou em áreas desabitadas e achou um riacho que seria perfeito para se desfazer do corpo e enfim voltar para casa. Seguiu pelo caminho de volta, chegou em casa e tomou um copo de Coca-Cola. hoje Mais uma vez, o mesmo... O gosto amargo da decepção A dor no peito interminável Palavras impensadas por um gesto seu Eu vou viver isso hoje Amanhã eu acordarei sem ti Indiferente! Sempre foi assim Não irá doer nem um pouco Foi bom, realmente bom! Intenso, insano, incomum... Magia rápida... se foi Foi como uma chuva de verão Duas vidas novamente Dois objetivos diferentes Caminhe por sua estrada A minha construirei só Os excessos mais uma vez A inflexibilidade outra vez O desrespeito por me ter Mas sei que vou vivendo... Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 30/03/2004

15 de mai. de 2005

Amor Insano, Insano Amar... Foi só vê-la em sua frente que seu coração bateu mais forte, faltou-lhe ar e ele ficou ali, estático. Mas que sensação era essa? Amor, paixão, medo...? Fazia tempo que não se encontravam, mais ou menos uns seis anos desde o primeiro e último beijo. Ahhh... aquele beijo indescritível, nunca havia experimentado um daqueles. Foi... foi... envolvente, instigante, excitante e diferente de todos que já tinha experimentado, jamais se esqueceu daquele momento em frente aquela casa escura da rua Sergipe, bem ao lado do cemitério da Consolação. Desta vez não houve o beijo, isso o enlouqueceu, tirou sua razão de tal forma que começou a segui-la por onde quer que ela fosse... perdeu suas faculdades mentais chegando ao ponto de sequestrá-la. Claro que como um iniciante foi preso, mas em seu julgamento, seu advogado conseguiu ao menos alegar insanidade mental. E os dias se passavam no Charcot e ele não parava de pensar nela, naquele beijo e no mau que tinha feito para ela; era tudo que ele menos queria... machucá-la. Sua melhor companhia era seu caderno e sua caneta, pelo menos com eles conversava, e parecia que eles o entendiam. Vivia bolando uma forma de sair dali. E assim foi manipulando a mente de cada um que via não ser tão maluco quanto fora dignosticado. Numa tarde de sexta colocou em prática seu plano de fuga, foi visitar o diretor do manicômio e mostrou seus poemas e contos; de repente a sala foi invadida por outros internos que renderam o diretor e armados de seringas com ar saíram pela porta da frente. Alguns foram recapturados, mas ele não; ele mudou de identidade e hoje escreve em blogs pela internet. Escreve histórias misturando realidade e ficção, espalha a loucura pelo mundo com mensagens subliminares em poemas de amor. Mas mesmo assim ainda não encontrou aquele beijo. 04/04/2005 Prefácio Vou começar minha história Esquecer o que conheci até agora Traçar objetivos concretos Arriscar meu conforto e comodidade Trocar a facilidade pelo desafio Viver uma nova realidade Viver um novo tempo Criar uma realidade a partir de mim Deixar de lado velhas convenções Antigos hábitos e incertezas Abandonar medos e receios Inseguranças e temores Viajar para outros mundos Explorar outros planos Mergulhar em você Criar nossa realidade Venha comigo, venha nos realizar! Subir um degrau por vez Transpor as barreiras que encontrarmos Começar uma história no final. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 29/03/2004

4 de mai. de 2005

Hey ticanito!!! Não confie em homens de Wall Street!!! Quando lá chegou pensou que seria a grande chance de mudar de vida. Tá certo que o bairro onde morava não era o que tinha sonhado sua vida toda para ter sua família, criar seus filhos e ter momentos felizes com sua futura esposa; mas ele acreditava que aquilo era só o começo. Arranjou emprego de manobrista num muquifo da cidade e otimista, acreditava que aquele era o início da vida que sonhou. O muquifo era muito bem frequentado e foi conhecendo pessoas influentes, gente de dinheiro... gran finos! Começou a ser convidado para grandes festas particulares em enormes mansões nos bairros chiques da cidade. Numa dessas festas conheceu um rapaz aparentando trinta e poucos anos muito bem vestido. Ficou impressionado com apostura, o corte do terno, o jeito de falar e principalmente o sucesso que ele descrevia ter atingido facilmente através de transações ilegais com dinheiro. Nada de tráfico, roubo ou dinheiro sujo, apenas captação de altas quantias para aplicação em paraísos fiscais. Voltou para casa empolgado contando ininterruptamente as novidades para sua noiva. Era chegada a hora de mudar de vida!! Conversou com conhecidos seus que tinham o dinheiro para lhe emprestar com a condição que o devolvesse mesmo sem juros, mas lhes prestando alguns favores. Nem tudo seria tão fácil como ele havia imaginado.Teve que ameaçar, sofreu ameaças e perdeu seu amor. Mas......mudou de bairro, estava bem de vida por causa de um simples adiantamento que seu amigo engravatado havia lhe feito. Morava agora num belo apartamento com vista para o mar... sozinho. Sentiu falta de sua amada. Mas era chegada a hora de receber a grande bolada e virar de vez a mesa, assim teria tudo o que sempre sonhou. Não precisava mais ameaçar e nem sofria mais ameaças; teria dinheiro e iria atrás de sua amada. Só faltou um detalhe. Encontrar seu amigo engravatado, o qual nunca niguém havia escutado o nome. 01/03/2005 Cego Não quero enxergar mais De que adianta a visão? Ver é frio e insensível Sentido nulo sem os demais Posso te ouvir… Mas não posso te ver! Posso te ver… Mas não sei te sentir! É fácil ver… É fácil tocar… É fácil ouvir… Sentir é difícil Queria ser cego! Só assim abandonaria meu vício Meu vício de tudo querer ver Acho que só assim poderia te sentir Suas palavras se perdem em minha cabeça Não as sinto por não te ver Quero aprender a sentir sem te tocar Quero aprender a entender sem enxergar Coisas boas não me acontecem com freqüência Temo te perder por não te ver Temo te perder por não te sentir Quero te sentir sem te tocar. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 19/03/2004

28 de abr. de 2005

Sem destino. Saiu cedo de casa sem rumo certo. Pegou as chaves, trancou a porta e seguiu até o carro.Entrou nele, sentou no banco do motorista e num gesto desolado apoiou os braços sobre o volante e a cabeça sobre eles. Ficou ali aproximadamente trinta segundos,depois ergueu a cabeça e deu o contato. Ligou o rádioe colocou um de seus Cds prediletos. Não que gostasse de sofrer, mas ele inteiro lembrava sua amada. Saiu finalmente sem direção certa, não sabia se seguia a esquerda, a direita... ou reto. Pegou a Marginal Pinheiros... Iris, se desmanchou em lágrimas elembranças, sentiu-se confuso por não saber que direção tomar também em sua vida. Pegou uma estrada qualquer sem ler o que a placa indicava. Bandeirantes, pistas largas, bom asfalto 120, 130, 140, 150... 180Km/h. Como tudo em sua vida ele resolveu acelerar o carro sem medo do que pudesse acontecer, só prestando atenção nos outros carros, na sinalização; não queria saber dos limites, só lhe interessava ir para algum lugar. Mesmo sem saber ao certo para onde. Passou um, dois, três pedágios... alguns policiais tentaram censurá-lo sem sucesso. Curva perigosa! Ele percebeu que perdeu o controle de sua vida. 24/02/2005 Crescer Um dia me disseram que nós crescemos Abandonamos a inocência e a pureza A fantasia trocamos pela realidade E a brincadeira pela responsabilidade Um dia me disseram que temos que ser grandes Conquistar e ostentar bens Só assim seremos grandes Só assim seremos importantes para o mundo Um dia me disseram que é feio mentir Mas quem disse isso também mente Omitiu coisas que me fariam crescer Mentiu até para me proteger Um dia me disseram que aprenderia a amar Mas descobri que amar não se aprende Que o amor que aprende com você Que amar se aprende por viver Omitiram-me que amar pode doer Que a saudade pode sufocar Que a distância faz sofrer Que podemos chorar por não nos ver Quem inventou a saudade? Não me disseram que ela existia Me disseram que você partiria E não disseram que mesmo assim contigo eu estaria. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 12/03/2004

19 de abr. de 2005

Solidão A necessidade de platéia é algo que muitas vezes pode levar o ser humano a ter atitudes extremas. E ela sabia disso.Tanto que vez ou outra ela parava na esquina da Líbero Badaró com o Viaduto do Chá e ficava olhando para o alto do edifício que tem ali. Não demorava muito e já haviauma multidão ao seu redor para ver o que estava acontecendo. E ela gritava: "- Não, não pule!" E acenava com a mão num gesto negativo. Quando lhe perguntavam: "- Nossa, mas cadê a pessoa com quem você está falando?" Ela respondia: "- Ali, num tá vendo? No 35º andar" Ela na verdade nem sabia quantos andares tem o prédio, mas sempre tinha alguém que acreditava e depois engrossava o coro: "- Não, não pule!" Quando já havia um número suficiente de pessoas ela saía dizendo: "-Gente louca, fica tentando se suicidar. Eu desisto de tentar ajudar." Passado algum tempo as pessoas não mais acreditavam nela, e a brincadeira foi perdendo a graça para sua autora,até o dia que ninguém mais parou porque o funcionário da banca alertou que não passava de uma maluquice daquela mulher. A diversão dela havia acabado, não tinha mais público que acreditasse nela; e não era só ali, em todo o Centro de São Paulo as pessoas a conheciam.Virou uma celebridade. Certo dia tentou brincar com as pessoas em lugares diferentes do Centro e ninguém lhe deu atenção, até que na última tentativa de chamar seu público ela resolveu transpassar o pára-peito do Viaduto do Chá para que as pessoas parassem e tentassem impedi-la. Ninguém parou. Conto escrito em 22/02/2005 A partir de agora postarei aqui no Only alguns contos que estava escrevendo no Blog da Taty Marx, onde tbm escrevo regularmente. Como estou num intervalo criativo resolvi postar estes contos porque tenho gostado muito deles e aqui todos podem comentar. Espero que gostem. Choro Aqui, venha para a chuva... Sinta o calor de cada gota Deixe-a levar sua tristeza Sinta as gotas abraçarem tua pele Perceba o significado disto Aproveite as lágrimas dos anjos Purifique-se com esta dádiva Usufrua deste elixir Aqui, venha para a chuva... Deixe-se molhar pelas águas celestiais Tente sentir o abraço divino Purifique-se, deixe-a levar suas aflições... Receba a pureza destas lágrimas Sinta-a escorrer por sua face Escorrer por todo seu corpo Quedas d’água por seus contornos Aqui, venha para a chuva... Venha se molhar, não tema! Alivie sua’lma sem medo Deixe as águas a acalmarem Que chova a noite toda Molhemo-nos para disfarçar nossas lágrimas Vamos rir por não ter o que fazer Deixe-se molhar, deixe-me te ter. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 11/03/2004

14 de abr. de 2005

Morte de mais uma série Morreu, mais uma vez mato uma série pelo mesmo motivo das outras... baixa audiência. Tirando que muitas pessoas (pretensão, só as que leram) também criticaram muito os temas que utilizei para escrever a série. Sei, foi meio pesado e assustador se tratando de mim. Digo isso porque quem me conhece sabe que sou extremamente careta e contra as drogas. A verdade é que escrevi a série pensando no filme "Requiém para um sonho"; filme este que me deixou muito impressionado e inspirado a falar sobre os vícios que tanto me incomodam. A verdade é que depois do filme vi que todos somos viciados em coisas diferentes, sejam elas lícitas ou ilícitas. Bom... morreu. Dias chuvosos Chove em minha mente Gotas de pensamentos absurdos Dilúvio de idéias férteis Incessante fertilização de planos Que chova o concreto ou o imaginário Que fique em pensamento Que vire realidade Mas não pare de chover Que inunde meu cérebro Que afogue meu raciocínio Que leve a lógica com a correnteza Mas não pare de chover Molhe todos os cantos de minha cabeça Temporal avassalador que preocupa Preocupa por suas conseqüências Deixará rastros? Alaga-me a todo o momento E quando não houver mais como escoar Quando chover pensamentos de emoções Quando a chuva esquentar o sentimento Pensarei em como drenar este tormento E sem solução meu corpo responde por mim Meus olhos quase se fecham como aviso Com lágrimas alivio meu pensamento. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 19/02/2004

28 de mar. de 2005

Do Prazer à Dor #4 Ratatá!!! Esquenta o prato... Abre o pacote e despeja. Cartão telefônico, bate para lá... tráz para cá. Estica, enrola uma nota de R$ 1, a espingarda... Ratatá... Ratatá... até ligar! Sede, olhos estricnados, agito, agito... Sem parar! Ligadaço no menor movimento, tudo que imperceptível eu percebo... olho para um lado e para o outro. Maxilar que não pára, vontade de morder... Ratatá... Ratatá... velocidade, voracidade... Ratatá... Ratatá... até o nariz sangrar! Bebe, bebe, sem limites, sem parar... Formigamento, desespero, felicidade... ansiedade. Mãos inquitas, falso alívio imediato, falsa paz... Imediatismo, sem censura, inconsciência, inconsequência, disritmia, arritmia... pulso, pulso. Vôos desconexos, necessidade de me acelerar, o coração saltando pela boca, pulsação explosiva, implosão... Ah... ah... ah... Sei voar, sou super sônico, tenho super poderes... ninguém pode me controlar. Visão além do alcance, sensação de tudo sentir intensamente... demente! Ratatá... Ratatá... Game Over! Sonâmbulo Estou na terra dos sonhos Lugar onde o impossível não existe Onde a realidade é questionada E o amor está sempre presente Minha mente me confunde Parece querer acordar-me Trazer-me de volta à realidade Mas o que isso tem de irreal? Amar é possível, mesmo que complexo... Que seja assim difícil de entender Tão difícil que parece sonho Penso sonhar, assim é mais simples... É difícil aceitar a realidade Mesmo que ela lhe faça bem Lhe traga paz e felicidade Mesmo assim ela dói Que dor insistente! Pare agora, deixe-me curtir... Deixe-me curtir a felicidade deste sonho A realidade deste sentimento! Não me atormente mais Deixe minha mente em paz! Quero a realidade deste sonho Quero acordado com minha vida sonhar. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 19/02/2004

16 de mar. de 2005

Do Prazer à Dor #3 Whisky + gelo + Red Bull... Desce e se encontra... Ela: Você dixava? Ele: Você tem a manha? Ela: Tenho! Ele: Então eu dirijo... Um gole, conversa vai... dixava. Mais um gole e mais conversa... dixava. Ela: Ih a seda tá na bolsa... segura um pouco. Ela toma um gole e pega a seda. Ela: Agora dá aqui. Muito cuidado para não perder nada. Mais um gole... Coloca na maquinha... fumo, seda... bóla! Pronto... mais um gole... acende... Fssssssssss... Marginal... Fssssssssss... Rebouças... Fsssss... tóin! Bateu... Fssssssssss... huahuahuahua! Ela: Noooossa!!! Huahuahuahua... Fssssssss... Ele: Noooossa!!! Huahuahuahua... Fssssssss... Voltas e voltas, risada, silêncio... Fssssssss... Ele: Nossa, tô perdido... huahuahua. Ela: Fala sério?!?! Ele: Calma, eu me acho. Pompéia, Jardim São Bento, Casa Verde, Santana, Centro. Larica... Estadão, sanduíche de pernil e Coca-Cola e... nóia... Ela: Meu, tá todo mundo olhando pra gente! (cuxixa) Ele: Não, desencana. Ela: Cara, são os caras da seita. Huhuahuahua... 16/03/2005 Toque Você já foi visto? Me sinto invisível O que houve com a consciência? Você já a teve? E se eu gritar agora? Sempre haverá primavera Mesmo que partamos Que nos distanciemos Queria um anjo para acalmar-me Desculpe, não estou mais confiante... Escondo-me de mim mesmo De meus medos e temores Posso até estar escondendo-me da felicidade Estou te visitando agora? Está sozinha agora? Quem é você afinal? Não me prive de conhecer-te Não me esconda nada Mostre-me o que temes Deixe que eu a proteja Mostre-me, mostre-me tudo! Mostre-me o que queres Deixe-me realizar seus desejos Vamos caminhar juntos nos corredores que criamos É difícil perder a sensação de vazio Mas é fácil tê-la de volta Feche os olhos só por um momento O que quer fazer? Todos olham para nós agora Que gosto tem seu sentimento? Algumas vezes o meu é amargo Como você explica? Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 14/02/2004

3 de mar. de 2005

Do Prazer à Dor #2 Lagavoulin 16 anos. Entre outros vícios tem o álcool que hoje me rendi. Depois de encarar o vício de outras pessoas em atrapalhar a vida alheia e me deixar tomar por atitudes impensadas, me rendi a um copo com gelo e Lagavoulin 16 anos. Whisky Single delicioso que serviu como calmante após conversar com a Paty (Sol), quem começou a me acalmar. Sempre critiquei quem bebia para desestressar, mas desde que voltei de Floripa peguei esse costume besta de utilizar algum aditivo para relaxar. De todos os meus vícios, o que sempre mais gostei foi a velocidade, mas como estou sem carro estou usando de outro para relaxar. Vocês devem estar achando estranho esse post, mas é que estou sob efeito de cerveja, Smirnoff Ice e Lagavoulin 16. Não, não é um vício e sim um relaxante muscular que usei para curtir com minha irmã, a Fef´s e o Léo. Obrigado aos imbecis que conseguiram me tirar do controle esta noite. Por vocês eu adiantarei alguns poemas e vou postar um de meus prediletos. Ainda sob efeito. Ode aos Inimigos Só tenho a lhes agradecer Agradecer por tornarem minha vida divertida Obrigado por tornarem-se referência Referência de minha superioridade Sem vocês a monotonia reinaria Podem tentar infinitas vezes Adoro seus jogos infantis Já sei todos de trás para frente É bom olha-los daqui de cima Vocês jogam sem conhecer-me Não sabem da essência do jogo Desconhecem o fato de não haver regras Serei feliz, queiram vocês ou não... A cada vitória conheço-os melhor Divirto-me com sua derrota Mas vocês não aprendem nada com elas Ajoelhem-se e beijem minhas mãos Minha arrogância veio com minhas vitórias Vocês elevaram-na a este ponto Permitem-me que seja assim Alimento-me de suas lágrimas Não me comoverei com elas Inimigos não precisam de meu coração Mas no dia que rastejarem, dar-lhes-ei minhas mãos. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 14/04/2004

23 de fev. de 2005

Do Prazer à Dor #1 100Km/h... Não é nada para quem é viciado em velocidade, mas também é mais do que o limite de velocidade da maioria das vias públicas, e menos que o limite das boas estradas. 100Km/h... É só o começo para pessoas como eu, 120Km/h... tá começando a melhorar; a adrenalina aumenta, a direção fica mais leve, as faixas passam mais rápido... 140Km/h... Isso tá ficando bom, mais adrenalina, mais, mais; os carros se aproximam cada vez mais rápido. E mais adrenalina! 160Km/h... Piscar já se torna perigoso, olhar para o lado nem pensar, virar a direção bruscamente então... Você pára o carro e desce com as pernas tremendo. 100Km/h... Se bater a essa velocidade num alvo imóvel... ...200Km/h. 22/02/2005 Do Prazer à Dor é uma série que começa falando sobre os vícios, por serem muitos os vícios eu resolvi criar uma série para não escrever um texto que ficasse cansativo. Alguns sentidos Ouça, ouça com atenção! Está ouvindo o som? É a batida de meu coração Escute a paz a cada batida Agora os anjos dormem Dormem tranqüilos como quem cumpriu sua missão Dormem com a canção A canção de ninar de meu coração Vamos caminhar pela rua de pedra Amarela pela luz dos postes Romântica pela luz da lua Saudosa pela aparência Caminhemos sempre de mãos dadas Daqui para frente será sempre assim Nossos corações batem em sincronia Nossas almas se abraçam como uma só Vamos, vamos ver o luar... Sentar a luz de velas Sorrir para nosso amor Viver o presente que recebemos. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 13/02/2004

16 de fev. de 2005

Vício(s) cada um tem o(s) seu(s). Não importa qual(is) seja(m) você é viciado em alguma coisa. Você é um viciado e pronto! Vá! Destrua-se da forma que melhor lhe convêm, deixe teu vício te dominar e continue a dizer: "Eu paro quando quiser." Vai lá, você é forte e consegue fazer tudo o que quiser. Também amo me destruir; cigarro, sexo, mulheres, amores, paixões, correr de carro, me entregar, escrever, ser o centro das atenções, ser o centro da sua atenção, ganhar dinheiro, ser o melhor em tudo o que eu faço... Entre outros que me tornam um viciado. Coma doces para saciar teu vício, fume sua maconha para relaxar, cheire tudo o que quiser para ficar ligado, encha a cara para desinibir e descontrair, fume crack para sentir-se perseguido, tome suas anfetaminas para emagrecer, fume seu cigarro para acalmar, tome seu Lexotan 6mg para dormir tranquilo, coma para saciar a tua ansiedade, injete-se para sentir-se no paraíso, ligue para o maior número de pessoas possível para não sentir-se sozinho, corra com seu carro para sentir a adrenalina de quase morrer... Somos todos doentes, dependentes de drogas legais e ilegais que saciam nossas vontades e carências. Somos todos doentes e dependentes de realizações e sensações ; suprimos frustrações com o uso ou o excesso de aditivos, alimentos, objetos e drogas, que mesmo por minutos ou horas nos confortam. Antes de se destruir mais uma vez assita "Requiem para um sonho" e veja como somos fracos. 10/02/2005 Invisível Violetas e velas para nós Estão aqui ao nosso lado Por toda à volta, nos cercam... Deixando-nos sem saída Onde estamos agora? Estamos em lugar algum Longe, longe da insanidade... Próximos de conhecer nossa realidade Diferenças comuns, pontos de discórdia... Manias repentinas, loucuras ímpares... Cada qual tem a sua Divirta-se, divirta-se enquanto me arrisco! Arisco por minha ansiedade Tensão incontrolável de ser contrariado Agonia da espera incessante Apreensão, expectativa de saber sua reação... Demora, espera acabando com a paciência! Vontade de correr mundo a fora Mais uma vez a indiferença vem me visitar Deixe-me aqui de canto para divertir-se Tenho que aprender a esperar Tenho que aprender a te soltar Não quero que mude Não quero me machucar. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 06/02/2004

9 de fev. de 2005

The Carnival is over... Esqueça! Você está certo disso? Apagar recordações... é disso que preciso! Assistindo a "O brilho eterno de uma mente sem lembranças" vi a coisa mais óbvia, que todo mundo sabe mas nega-se a ver. Ao término de um relacionamento lembramos só de coisas boas quando sentimos falta de nossos "ex", mesmo que queiramos esquecer a pessoa, algumas coisas não queremos apagar de nossa memória; consequentemente também não esquecemos a pessoa. Ser humano é complicado; as crianças são puras e inocentes, já os adultos são complicados e problemáticos, sem exceção à regra. Cada um de nós complica a vida a seu modo e em aspectos diferentes; o engraçado é que tem gente que parece gostar de ser complicado e diz para todo mundo: "Eu sou complicado(a), você não vai me aguentar."]Se alguém que já disse isso para mim se enervar; me desculpe porque você não foi nem a primeira e tenho certeza que não será a última pessoa a me dizer isso. O pior de tudo é que sempre acabo me envolvendo com alguém que me diz isso; é como se fosse um desafio a ser enfrentado. Uma vontade enrome de mostrar a essas pessoas que elas são complicadas porque elas querem, que elas acham que isso as torna diferentes das demais. Elas são diferentes sim, têem complicações diferentes, mas são igualmente complicadas como qualquer um que as rodeiam. E por que buscamos ser igualmente diferentes? Porque queremos ser únicos, queremos ser notados e aplaudidos pelos demais; não conseguimos nós mesmos nos aplaudirmos. Não somos suficientemente bons para nós. E ao meu ver, minha visão particular é que as pessoas que se mostram satisfeitas demais consigo e se acham o máximo, demosntrando isso com palavras e atitudes; essas são as pessoas mais inseguras por tentarem mostrar que são seguras. "Quem precisa de atitude é falso" (Nietzche) Dor Pensei que não fosse doer Mas dói agora, dói meu peito neste momento... Pensei que seria fácil, assim como foi rápido... Mas se fosse fácil não teria graça Agora essa saudade me machuca Agora o tempo me deixa angustiado Essa tal dor resolveu me atormentar Me traz recordações que me torturam Desde quando a conheci, me lembro de todos detalhes... Quando senti pela primeira vez seu perfume Um breve toque num simples beijo de despedida A ansiedade de uma próxima vez Mais rápido do que pensei te vi Você disse-me ter resistido Tive que partir A ansiedade da próxima vez Que tortura com meus sentidos... Sentir seu beijo e vê-la partir Leva contigo meus sentimentos Levo comigo só recordações Seu beijo, ah seu beijo... Beijo de serpente que envenena a alma Deixa seqüelas no coração Paralisia cerebral Não penso em mais nada desde então Não quero mais nada desde então Só sinto saudades e dor em meu peito Só sinto você em meu coração. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 28/01/2004

2 de fev. de 2005

E eu gosto disso! Ontem eu encontrei-a. Ela estava linda como sempre; e como sempre foi muito bom, quer dizer, foi ótimo, gostoso e como sempre sincero. Como gosto de escutá-la falar sobre ela, sobre o que tem feito, sobre o que quer fazer e sobre nada... é verdade, conversamos sobre nada também! Nada de importante e substancial, falamos sobre amenidades e coisas fúteis. Como sempre demos muitas risadas; adoro ouvi-la rindo das besteiras que falamos e sobre tudo o que falamos... mas também sobre o nada... huahuahuahuahua... Como é bom ouvi-la mesmo as quatro da manhã quando tenho que que acordar as oito no dia seguinte. E nos gostamos de verdade, nos gostamos demais como amigos e confidentes. Lembramos o que passou e falamos das saudades que temos; lembramos o que deixamos de fazer e o que fazemos separados. Por fim... Beijo, tchau e boa noite! Tu...Tu...Tu...Tu...Tu... Até o telefone calar-se e eu encontrá-la novamente, mas agora a vejo! E como é bom vê-la... como é bom... Ela e sua alegre tristeza seu mundo perfeito que mescla um estilo rebelde com luzes cor-de-rosa. Como ela ama esse seu mundo perfeito. Sim, alegre tristeza porque assim como eu ela sorri, mas nunca parece de verdade porque temos olhos tristes. Triiim...Triiim...Triiim...Triiim...Triiim... Oito horas... melhor eu levantar... A Dança Enquanto a música da vida toca ela dança E o Sol ilumina seus olhos Mesmo quando ela tenta se esconder dele Sinto esse milagre quando ela sorri E ela dança conforme a música Cadenciando o ritmo dela Mas agora ela está começando Ainda não precisa se levantar para a luta E ela dança em queda livre Seu coração bate intensamente por si E ela luta o tempo todo por seus desejos Ela sabe o que deseja E ela dança freneticamente em seu ritmo Mesclando sensualidade, vulgaridade e inocência... Nem ela sabe direito o que é Não sabe dizer o que vê no espelho Não, na verdade ela sabe como dançar E assim vive cada dia sem espectativas Simplesmente os vive! Um de cada vez, não espera que nada aconteça E ela conduz a música com a sua dança Faz tudo a seu modo, ao modo que lhe convém Batalha pelo que quer e o resto deixa acontecer E voa em seus sonhos e devaneios E ela flutua enquanto dança Leve e esguia... enfeitiçando quem a vê Ela é a criança mimada, a menina levada e a mulher amada E ela sabe dançar... Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 02/02/2005

26 de jan. de 2005

Eu mesmo matei! Aqui mato meu sentimentalismo! Que venha a era da razão, afinal tudo é muito lógico e prático. Se esforce e conseguirá alcançar, tudo é teoria a ser colocada em prática; e romances são para serem lidos e não vividos. "Não há mais lugar pra quem quer viver um grande amor Ninguém quer saber de parar pra pensar um pouco mais com o coração" (ZERO) Escutei, cantei e escrevi isso por quase vinte anos, só esqueci de me ligar que essa é a realidade. Tô exausto, exausto de tentar fazer minhas próprias regras, exausto de viver um "Sonho Lúcido" (Vanilla Sky), assim como no filme onde há uma Juliana e uma Sofia eu queria poder gritar "Suporte técnico, suporte técnico..." e aparecer alguém para me dar a opção de continuar meu sonho ou acordar para a realidade. Na verdade eu sou meu suporte técnico e escolhi a realidade, não quero mais fantasiar romances, idealizar pessoas, atravessar armaduras; agora eu vestirei a minha para que ninguém a penetre. No máximo continuarei a escrever, as pessoas gostam de ler sobre os sentimentos, não sei bem o porque já que não gostam de vivê-los. "Tenho medo de altura, não pela altura, mas pelo impacto" (Vanilla Sky). Minhas últimas quedas me fizeram em pedaços, agora não quero nem mais chegar ao topo para não me sentir tentado a pular. Como isso? Não pegarei mais o elevador. Li num post antiogo de um flog que: "Essa é para sempre. Infelizmente nem tudo na vida é assim" Era a respeito de uma linda tatuagem em uma linda pessoa. Já que realmente nem tudo é para sempre e até as tatuagens hoje podem ser apagadas; declaro aqui a morte do meu exagerado sentimentalismo. Uma amiga minha me disse para escolher a estrada do meio. Concordo que esse seja o caminho, mas para isso preciso primeiro conhecer a razão; o coração eu já conheço. Depois vou pela estrada do meio ou não. Acabou, esquece! Isso me marcou bastante, acho que essa frase foi a gota d´água para mim, desde que escutei-a em novembro tudo mudou. Voltei a ver que somos descartáveis como tudo em nossa vida. "Ficam os beijos, fica a memória" (Capital Inicial) Ainda li isso, só que continuei cantando e doeu... "eu nem me lembro mais" Doeu porque me lembro. Chega de procurar uma linda história de amor nesse mundo onde, o que cada um quer é se proteger para não saqir machucado. Não espero que me dêem as boas vindas, e nem vou esperar ser convidado "Mein Hertz Brennt" (Rammstein) Acabou, não queima mais, apaguei o fogo porque a última que o incendiou me ensinou que viver é preciso, amar não! Quando resolvi não mais machucar ninguém, eu mesmo me machuquei. Da última vez não saí machucado, saí insatisfeito porque queria mais. E ela? Não sei, mas pelo que me parece está bem em relação ao que tivemos, ela sabe até onde ir. Eu preciso aprender. E dessa vez parece que aprendi sem bater a cabeça. Quem lê esse singelo blog sabe que até aqui sempre escrevi o que sinto das fantasias que vivi; daqui para frente vou escrever fantasias, ficção e coisas que não sinto mais. Sonhar com um beijo que demora para acontecer enquanto os rostos se tocam a meia luz, ou aquele beijo debaixo de chuva, um sorriso de gratidão, um carinho, um cuidado... Não, já tive tudo isso graças a uma pessoa. Fui feliz enquanto estava com ela. Agora serei feliz lutando pelos meus sonhos capitalista, casa, carro e uma boa vida para a minha filha. Que eu envelheça só mas terei a certeza que tive tudo que sonhei. Carinho? Tenho minha família, filha e amigos. Prazer? Basta escolher, basta pagar... Compania? Livros, música, um copo de qualquer coisa e um cigarro. Felicidade? Alcançar tudo o que sonhei. As mulheres que tive? Cada uma ficou com um pedaço vital meu. Ju? Quero mais, sempre vou querer. Foi pouco. Envolvimento? Distância, só comigo agora. Aqui mato meu sentimentalismo! Até quando isso durará? Até o dia que "alguém" quiser ter um amor, um romance. E não só ler. ABRE LOS OJOS Open your eyes O mundo é escuro para quem tapa os olhos É escuro porque elas o querem assim O medo as faz cegas por opção O medo não as deixa se mostrar aos outros Máscaras, armaduras, óculos escuros, peneiras... De nada adianta esconder-se, tudo é superficial Não há sentido em fugir do mundo, criar um seu... A fantasia pode nos ajudar a viver, mas nos esconde! Como contemplar o belo sem ver o feio antes? O que seria do doce sem o amargo? O que seria do amor sem ter antes sentido dor? O que será do mundo se você não olhá-lo? Felicidade... ah, a tal felicidade... Ela está em qualquer lugar onde queiramos Só que não a temos porque achamos que é difícil ser feliz Estamos habituados a sofrer para sermos felizes A felicidade pode estar num telefonema Numa paisagem, numa visita inesperada, numa viagem... Depende de onde você a procura A felicidade começa em seu espelho Encare-se uma vez! Olhe-se de frente e veja se você é quem você quer Ou se você é o que os outros esperam Você já se viu? Nunca te vi, sempre te amei Essa é a sensação quando você é o que você quer Não nos acostumamos a sermos o que nós queremos Você já se viu? Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 26/01/2005

20 de jan. de 2005

Suplico uma amnésia! E assim vou atravessando os dias. Tentando em vão distrair a mente e o coração. Desperdiçando horas tentando me convencer que acabou, fazer de conta que não aconteceu, me condicionar a minha nova realidade de querer estar e ser só. Sempre fui assim... sozinho eu vivi e tentei viver com outras pessoas. Mas não! Eu sou e quero ser só! Não quero mais ter ninguém, não quero mais ter saudade; já me basta o que restou de tudo e de todos, não quero mais recordações para chorar. Rostos, gestos, gostos, cheiros, corpos, vozes, olhares, beijos... Maldita memória que me castiga a todo momento trazendo tudo a tona , espancando meu coração e inundando minha face. Até procuro me distrair em outros beijos, sentir novos cheiros, me envolver com outros olhares... mas minha mente insiste em me castigar. Por que ela não sai daqui? Por que? Por que? Por que? Vai embora AGORA!!!! POR FAVOR me deixe em paaaaz... SUMA da minha menteee... NÃÃÃÃÃÃO!!! Isso não aconteceu... foi tudo uma mentira que eu criei porque me senti bem. Nada que é tão bom deve durar TÃO POUCO! POR FAVOR DEUS!!! POR FAVOR, ME AJude a esquecê-la, tire-a da minha mente já que não posso tê-la!!! Escute o suplício desse coração que insiste em arder por ela incessante. Será que não sou eu que não quero esquecê-la? Pode ser... mas só quero me sentir feliz mais uma vez. Na minha mente E ela ainda está lá... Bem como a vi da última vez Com seu sorriso lindo e seus olhos tristes Assim é ela... E ela ainda está lá... Como na última vez que nos falamos Com seu jeito ansioso de falar gesticulando Escondendo o que realmente sente E ela ainda está lá... Não sei bem fazendo o que Ela sempre guardou sua privacidade Nunca deixou-me atravessar essa barreira E ela ainda está lá... Relembrando o seu passado Na dúvida se o quer no presente Confusa entre seu coração e sua mente Queria eu ainda estar lá Não sei se queria ter voltado A saudade me traz essa questão Mas preciso aquietar meu coração E ela ainda está lá... E eu aqui pensando que outro alguém me faria esquecê-la Mas não foi assim Só aumentou a vontade de vê-la Porque com ela era sincero Porque com ela havia troca Porque com ela eu queria estar Assim é ela... Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 20/01/2005

12 de jan. de 2005

E ela me ensinou... Quem nunca abriu a geladeira ou o armário da cozinha e viu algo que o deixou com água na boca, só que na hora em que você ia matar a sua vontade percebe que o prazo de validade venceu? Será que só acontece comigo? Não, não me apaixonei e nem estou "amando" mais uma vez! Mas sim, mil vezes sim! Eu me envolvi novamente e dessa vez eu não tenho como levar adiante porque a distância não permite. Sei que já larguei tudo uma vez e para largar a segunda eu não exitaria. Só que desta vez vai ser diferente, não que não valha a pena; porque vale muito mais a pena do que da primeira vez. Só que tenho minhas responsabilidades para honrar. Até eu estranho de me ouvir falando isso. Que mania besta que eu tenho de querer furar as armaduras e mostrar para aqueles que as usam, que eles também podem amar. Eu jamais me cansaria se tivese que tentar mais e mais vezes chegar ao coração dela, ,as precisei voltar para casa. Não, eu não a abandonei em momento algum, e dessa vez também não me abandonei. Quero estar com ela porque era eu mesmo e não um personagem que eu criei, sai do mundo que criei para mim, abandonei minhas fantasias e finalmente vivi uma realidade que eu não criei; aconteceu. E ela me dizia: "Cris, vamos curtir e não nos preocupar se amanhã nos veremos; a gente sabe que um dia vai acabar." E ela estava certa. Poema repetido, mas tem a ver com ela Eloise Agora dormirei com minhas lágrimas Imaginando onde você está Com minha loucura Em por ti me importar Para muitos parece irreal Se importar com alguém, com uma imagem? Mas enxergo além Atravesso a sua armadura Sua fragilidade me sensibiliza Sua carapaça enfeitiça os insensíveis Sinto-te através de seus olhos Tire sua máscara para melhor te ver Apesar de tantos disfarces Enxergo seu coração Amargurado, machucado... Sensível à insensibilidade de falsas promessas É bom te abraçar, senti-la perto! Sentir que posso protege-la Mas não é isso que queres Queres mostrar que sua armadura a protege Deixe-me chegar onde nunca ninguém esteve Deixe-me mostrar como é forte a sua sensibilidade Deixe-me encontrar o que nunca ninguém procurou Deixe-me alcançar seu coração. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 03/11/2003