16 de set. de 2005
Procuramos independência...
O mundo anda meio complicado, parece que cada dia
mais nos isolamos e deixamos de interagir com as
pessoas.São milhares de recursos que dispomos para
nos comunicarmos de forma impessoal e sem precisar
sair de casa: Internet, messengers, Skype, webcam...
... E o contato social morre a cada dia.
Acho que quando Gran Bell inventou o telefone não
imaginou que isso pudesse acontecer, acredito que sua
invenção teve a intenção de facilitar o contato entre as
pessoas e não que essa facilidade de contato fizesse com
que as mesmas se afastassem.
Claro, estaria mentindo se disesse aqui que não facilitou;
mas da mesma forma que facilitou o contato, afastou as
pessoas.
O que se vê hoje é o distanciamento pela facilidade de
comunicação. É sexo virtual, sexo por telefone; deu fome,
liga e pede comida... Tudo na ponta dos dedos.
É meio deprimente isso; e mais deprimente ainda se formos
mais longe para analisar que hoje muitos romances começam
via internet, ou até por aqueles serviços de disque amizade.
Tem um lado positivo nisso, muitas vezes as pessoas acabam
se interessando umas pelas outras por causa do intelecto ao
invés de prestar atenção inicialmente ao físico. De onde eu tirei
isso tudo?
Simples...
... Estava indo trabalhar hoje quando vi dois velhinhos
descerem do ônibus em frente ao cemitério de Santo Amaro;
na hora pensei:
"O mundo anda tão independente que daqui a pouco os velhinhos
virão sozinhos, de ônibus para o seu enterro..."
Mais tarde fui mais longe:
"As crianças estão cada dia mais independentes, cada dia
ficam independentes mais cedo; daqui a pouco o bebê vai
se cansar de ficar na barriga da mãe e nascer de parto normal
voluntário. Não por vontade da mãe, mas sim porque aquele
lugar era muito chato".
Devo realmente estar envelhecendo, essas coisas as vezes me
assustam.
Lucidez
Outra vez a incerteza
Onde iremos chegar dessa forma?
Esse mar pode vir a nos afogar
Estas ondas que nos atingem
Hora a maré sobe... hora desce
Quando desce leva-nos junto
Nós e nossas lágrimas
Fiquemos aqui, deixemos as lágrimas...
De que vale a vida sem os sonhos?
De que vale um amor incerto?
Vale a dor que me proporciona...
A incerteza de estar contigo?
Temos que alimentar a vida
Alimentá-la com nossos sonhos
O que seria dos amores sem os sonhos?
Talvez não doesse tanto
Distância que me faz enlouquecer
Tomemos o céu como ponto de referência
Assim a distância parece menor
Enganamos assim nossa dor
Esta inconsistência que preocupa
Toma-me pelo desinteresse
Desinteresse causado pela incerteza contínua
De que vale a vida sem os sonhos?
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
06/04/2004
31 de jul. de 2005
Um Pouco de Vida
E assim vi que respiro com facilidade, dando vazão
a todo o ar que se apresenta a mim.
Logo pela manhã já vejo o sol, ou um céu cinzento
na minha janela; ambos sempre pedem para serem
contemplados. E assim o faço com um sorriso quase
que de orelha a orelha por finalmente entender que
a beleza está nos olhos de quem a vê.
Como sempre digo ainda não sei nada, mas hoje posso
dizer que sei o suficiente para me ver sorrindo diante
das coisas que me são oferecidas; sejam elas boas ou
ruins. Cada uma tem seu valor.
Depois de tantos tropeços, quedas, arranhões, fraturas,
cicatrizes, pontos falsos e cortes suturados; hoje cada um
deles serve como um manual para sobreviver diante do
novo olhando sempre a frente, acima e abaixo; tudo isso
sem me preocupar com o que vem pela frente, simplesmente
curtindo cada momento e eternizando-os em fotos e filmes
mentais. Filmes e fotos que eu produzo através de um roteiro
desconhecido e com uma receita simples. Viver!
Nunca tinha arriscado isso.
Hoje sorrio um riso de criança, aquele riso do presente tão
esperado debaixo da árvore de Natal; e se choro, bem...
...Choro as lágrimas de quem estava soterrado sobre escombros
do seu passado e foi salvo ainda com vida.
Hoje Vivo!
31/07/2005
Misericórdia
Sonho num momento
Acordado numa eternidade de devaneios
A vida e seus momentos
Momentos que constroem a vida
Instantes que eternizam na memória
Velocidade intensa, perturbadora!
Tudo passa despercebido
Pare! Pare agora!
Droga que vicia a mente
Impossibilidade de se concentrar
Olhe! crianças modificadas
Não há mais infância
Tome, leve sua dor!
Não a quero para mim
Sinta-a você mesmo
Experimente seu veneno
Nos tornamos assassinos de sonhos
A morte é o sonho
O sonho que a vida não alcança
Quando chegada não há mais sonhos
Nossa realidade imaginária
Um sonho interminável
Fuga dos sonhos reais, da vida real...
Sonho realizar, voar e entender...
Há o que entender
Há a realidade que sonhamos
Não a queremos agora
Sempre recusaremos o paraíso por medo.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
03/04/2004
8 de jul. de 2005
Impotência
Acho que essa é a pior sensação que existe, a vontade
de tentar ajudar e ao mesmo tempo saber que não se
pode fazer nada.
Claro que temos que pensar em nós em primeiro lugar,
mas quando vemos alguém que amamos sofrrer, a
primeira coisa que pensamos é uma forma de ajudar.
Ao longe, pelo telefone se escuta um choro. Como
ajudar?
Você está preso no seu trabalho, não pode sair dali
naquele momento, e mesmo que pudesse... não tem
como chegar até aquela pessoa.
Já passou por isso?
É, vira e mexe eu passo por isso; só que tem situações
que por mais que você faça, jamais irá ajudar
totalmente, o máximo que você fará será minimizar o
sofrimento.
Acho que essa é a pior sensação de impotência que
existe, você de alguma forma querer ajudar e não
adiantar nada.Muitas vezes quero ajudar sem saber
como, outras quero ajudar sem ter como. Nessas horas,
tudo que eu quero é poder estar próximo a pessoa para
ao menos colocá-la em meu cólo, deitar sua cabeça em
meu ombro e ficar ali parado, só fazendo um cafuné
enquanto a pessoa alivia sua dor num choro que parece
interminável.
É o mínimo que podemos fazer a quem amamos; escutar
nem que seja só o choro, o soluçar... aquele pranto de dor
ou de saudade, as vezes pode ser também de arrependimento,
ou quem sabe somente uma forte melancolia... um saudosismo.
Hoje eu saí de casa chorando sem saber a causa, nem tentei
descobrí-la, afinal d que adiantaria, dependendo o que fosse
eu estaria impotente; as vezes estamos impotentes para
resolver nossos próprios problemas.
E sabe qual é o nosso maior problema?
Nós mesmos.
Dor da noite
É sempre assim quando acaba
Voltar só para casa
Não poder ouvir sua voz
Saber que a cama estará vazia
É sempre assim quando acaba
Sair sem você ainda não tem graça
Ligar a TV para o tempo passar
Pensar o que faria com você ao meu lado
É sempre assim quando acaba
A noite vazia e perdida
A risada sem graça predomina
Onde está você agora?
É sempre assim quando acaba
Mais uma cerveja ou um cigarro
Alguns amigos num papo furado
A música alta ensurdecida por sua imagem
É sempre assim quando acaba
O caminho de volta isolado
O choro engolido com a mágoa
Na face, a aventura de uma lágrima...
É sempre assim quando acaba
Dias ensolarados viram cinzentos
Noite estrelada acobertada por nuvens
Nós dois longe por nossos erros
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
04/04/2004
10 de jun. de 2005
Dia dos Namorados Imaginário
Ele era só um amigo imaginário, mas de tanto conviver
com pessoas de verdade acabou se encantando pelos
sentimentos delas.
Como era imaginário, todo ano imaginava-se namorando
no dia dos namorados.
Após dez anos nessa situação via-se sem imaginação para
este ano imaginar-se com alguém. E na verdade apareceu
alguém real, mas era tão bom que parecia irreal.
Ele caminhava feliz com uma música feliz em sua cabeça e
com borboletas no estômago. Todo o dia chegava em casa
e ficava ansioso por falar com aquela que despertara
finalmente um sentimento real, que o fazia sentir-se bem de
verdade.
Tudo que ele queria era estar com ela, mas como imaginou...
... Era imaginário.
Eles se encontraram, comeram, beberam e se divertiram;
conversaram e mais uma vez sua imaginação pregara-lhe uma
peça. Era muito bom para ser verdade.
Pelo menos naquele momento aquilo não poderia acontecer;
poderia se fosse antes, ou quem sabe depois.
Era tudo muito vago para ser real.
As únicas coisas que pareciam realmente reais eram realmente
aqueles momentos que estiveram juntos, nem que fosse
imaginação, mas as sensações eram reais demais para ser só
imaginação.
Mas por mais que fosse real se tornou imaginação, ele finalmente
passaria seu dia dos namorados real, mais imaginário do que nunca.
E ele gostou da idéia, afinal se não fosse para ter sensações reais,
seria melhor imaginar-se comemorando este dia só do que
acompanhado de mais imaginação.Mas ele ainda quer que essa
pessoa que parece ser tão real, deixe de ser só imaginação para que
possa viver a realidade com ela.
Sem poema desta vez.
24 de mai. de 2005
Tem horas que tudo o que precisamos é um copo de Coca-Cola.
Ele não havia dormido nada após a fatídica noite anterior,
mas mesmo assim saiu cedo com aquela que sempre fôra
seu amor platônico.
Rumaram para a marginal Pinheiros sentido rodovia dos
Bandeirantes, e após aproximadamente uma hora estavam
no parque de diversões.
Eles sempre se deram muito bem como amigos, em outras
ocasiões chegaram a trocar alguns beijos, todos eles muito
carinhosos; mas foram raros e nunca passou disso.
Ela via nele o seu anjo da guarda, mas ele sempre a enxergou
como a mulher ideal; mais velha, cheia de atitude, divertida e
com um gênio fortíssimo.
Ela sempre povoou suas fantasias, e neste dia fez com que ele
se sentisse criança novamente. Era um simples passeio no
parque, mas para ele era algo maior, era passar um dia inteiro
ao lado de sua mulher ideal.
Brincaram nas mais diferentes atrações, foram na montanha-
russa no escuro, riram como crianças, se molharam com as
crianças e comeram como adultos.
Mas tudo acaba.
Por volta de 19h dirigiram-se ao estacionamento que já estava
bem vazio. No caminho até o carro ela comentou sobre um livro
de Stephen King.
Ao chegarem no carro ambos foram até o porta-malas para que
ela trocasse de calçado, só que naquele exato momento
veio-lhe na cabeça a idéia de escrever um conto que começou
a contar para ela. Mas fez mais que contar, começou a
transformá-lo em realidade jogando-a dentro do porta-malas e
começando a beijá-la e despí-la.
Nunca havia agido assim antes.
Enquanto a possuía relatava seu conto e a estrangulava. Após
terminar deixou-a no porta-malas, fechou o mesmo e rumou
para a estrada de volta.
Durante todo o percurso tentou encontrar um motivo que o
tivesse levado a fazer o que fez. Mas não encontrou nenhum.
Adentrou em áreas desabitadas e achou um riacho que seria
perfeito para se desfazer do corpo e enfim voltar para casa.
Seguiu pelo caminho de volta, chegou em casa e tomou um
copo de Coca-Cola.
Só hoje
Mais uma vez, o mesmo...
O gosto amargo da decepção
A dor no peito interminável
Palavras impensadas por um gesto seu
Eu vou viver isso hoje
Amanhã eu acordarei sem ti
Indiferente! Sempre foi assim
Não irá doer nem um pouco
Foi bom, realmente bom!
Intenso, insano, incomum...
Magia rápida... se foi
Foi como uma chuva de verão
Duas vidas novamente
Dois objetivos diferentes
Caminhe por sua estrada
A minha construirei só
Os excessos mais uma vez
A inflexibilidade outra vez
O desrespeito por me ter
Mas sei que vou vivendo...
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
30/03/2004
15 de mai. de 2005
Amor Insano, Insano Amar...
Foi só vê-la em sua frente que seu coração bateu mais
forte, faltou-lhe ar e ele ficou ali, estático.
Mas que sensação era essa?
Amor, paixão, medo...?
Fazia tempo que não se encontravam, mais ou menos
uns seis anos desde o primeiro e último beijo.
Ahhh... aquele beijo indescritível, nunca havia experimentado
um daqueles. Foi... foi... envolvente, instigante, excitante e
diferente de todos que já tinha experimentado, jamais se
esqueceu daquele momento em frente aquela casa escura da
rua Sergipe, bem ao lado do cemitério da Consolação.
Desta vez não houve o beijo, isso o enlouqueceu, tirou sua
razão de tal forma que começou a segui-la por onde quer que
ela fosse... perdeu suas faculdades mentais chegando ao ponto
de sequestrá-la.
Claro que como um iniciante foi preso, mas em seu julgamento,
seu advogado conseguiu ao menos alegar insanidade mental.
E os dias se passavam no Charcot e ele não parava de pensar
nela, naquele beijo e no mau que tinha feito para ela; era tudo
que ele menos queria...
machucá-la.
Sua melhor companhia era seu caderno e sua caneta, pelo
menos com eles conversava, e parecia que eles o entendiam.
Vivia bolando uma forma de sair dali. E assim foi manipulando a
mente de cada um que via não ser tão maluco quanto fora
dignosticado.
Numa tarde de sexta colocou em prática seu plano de fuga, foi
visitar o diretor do manicômio e mostrou seus poemas e contos;
de repente a sala foi invadida por outros internos que renderam
o diretor e armados de seringas com ar saíram pela porta da
frente.
Alguns foram recapturados, mas ele não; ele mudou de identidade
e hoje escreve em blogs pela internet.
Escreve histórias misturando realidade e ficção, espalha a loucura
pelo mundo com mensagens subliminares em poemas de amor.
Mas mesmo assim ainda não encontrou aquele beijo.
04/04/2005
Prefácio
Vou começar minha história
Esquecer o que conheci até agora
Traçar objetivos concretos
Arriscar meu conforto e comodidade
Trocar a facilidade pelo desafio
Viver uma nova realidade
Viver um novo tempo
Criar uma realidade a partir de mim
Deixar de lado velhas convenções
Antigos hábitos e incertezas
Abandonar medos e receios
Inseguranças e temores
Viajar para outros mundos
Explorar outros planos
Mergulhar em você
Criar nossa realidade
Venha comigo, venha nos realizar!
Subir um degrau por vez
Transpor as barreiras que encontrarmos
Começar uma história no final.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
29/03/2004
4 de mai. de 2005
Hey ticanito!!! Não confie em homens de Wall Street!!!
Quando lá chegou pensou que seria a grande chance
de mudar de vida.
Tá certo que o bairro onde morava não era o que tinha
sonhado sua vida toda para ter sua família, criar seus
filhos e ter momentos felizes com sua futura esposa;
mas ele acreditava que aquilo era só o começo.
Arranjou emprego de manobrista num muquifo da cidade
e otimista, acreditava que aquele era o início da vida que
sonhou.
O muquifo era muito bem frequentado e foi conhecendo
pessoas influentes, gente de dinheiro... gran finos!
Começou a ser convidado para grandes festas particulares
em enormes mansões nos bairros chiques da cidade. Numa
dessas festas conheceu um rapaz aparentando trinta e
poucos anos muito bem vestido. Ficou impressionado com
apostura, o corte do terno, o jeito de falar e principalmente o
sucesso que ele descrevia ter atingido facilmente através de
transações ilegais com dinheiro. Nada de tráfico, roubo ou
dinheiro sujo, apenas captação de altas quantias para
aplicação em paraísos fiscais.
Voltou para casa empolgado contando ininterruptamente as
novidades para sua noiva. Era chegada a hora de mudar de
vida!!
Conversou com conhecidos seus que tinham o dinheiro para
lhe emprestar com a condição que o devolvesse mesmo sem
juros, mas lhes prestando alguns favores.
Nem tudo seria tão fácil como ele havia imaginado.Teve que
ameaçar, sofreu ameaças e perdeu seu amor. Mas......mudou
de bairro, estava bem de vida por causa de um simples
adiantamento que seu amigo engravatado havia lhe feito.
Morava agora num belo apartamento com vista para o mar...
sozinho.
Sentiu falta de sua amada.
Mas era chegada a hora de receber a grande bolada e virar
de vez a mesa, assim teria tudo o que sempre sonhou. Não
precisava mais ameaçar e nem sofria mais ameaças; teria
dinheiro e iria atrás de sua amada.
Só faltou um detalhe.
Encontrar seu amigo engravatado, o qual nunca niguém
havia escutado o nome.
01/03/2005
Cego
Não quero enxergar mais
De que adianta a visão?
Ver é frio e insensível
Sentido nulo sem os demais
Posso te ouvir…
Mas não posso te ver!
Posso te ver…
Mas não sei te sentir!
É fácil ver…
É fácil tocar…
É fácil ouvir…
Sentir é difícil
Queria ser cego!
Só assim abandonaria meu vício
Meu vício de tudo querer ver
Acho que só assim poderia te sentir
Suas palavras se perdem em minha cabeça
Não as sinto por não te ver
Quero aprender a sentir sem te tocar
Quero aprender a entender sem enxergar
Coisas boas não me acontecem com freqüência
Temo te perder por não te ver
Temo te perder por não te sentir
Quero te sentir sem te tocar.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
19/03/2004
28 de abr. de 2005
Sem destino.
Saiu cedo de casa sem rumo certo.
Pegou as chaves, trancou a porta e seguiu até o carro.Entrou
nele, sentou no banco do motorista e num gesto desolado
apoiou os braços sobre o volante e a cabeça sobre eles. Ficou
ali aproximadamente trinta segundos,depois ergueu a cabeça
e deu o contato.
Ligou o rádioe colocou um de seus Cds prediletos. Não que
gostasse de sofrer, mas ele inteiro lembrava sua amada. Saiu
finalmente sem direção certa, não sabia se seguia a esquerda,
a direita... ou reto. Pegou a Marginal Pinheiros...
Iris, se desmanchou em lágrimas elembranças, sentiu-se
confuso por não saber que direção tomar também em sua vida.
Pegou uma estrada qualquer sem ler o que a placa
indicava. Bandeirantes, pistas largas, bom asfalto 120, 130, 140,
150... 180Km/h. Como tudo em sua vida ele resolveu acelerar o
carro sem medo do que pudesse acontecer, só prestando
atenção nos outros carros, na sinalização; não queria saber dos
limites, só lhe interessava ir para algum lugar. Mesmo sem saber
ao certo para onde.
Passou um, dois, três pedágios... alguns policiais tentaram
censurá-lo sem sucesso.
Curva perigosa!
Ele percebeu que perdeu o controle de sua vida.
24/02/2005
Crescer
Um dia me disseram que nós crescemos
Abandonamos a inocência e a pureza
A fantasia trocamos pela realidade
E a brincadeira pela responsabilidade
Um dia me disseram que temos que ser grandes
Conquistar e ostentar bens
Só assim seremos grandes
Só assim seremos importantes para o mundo
Um dia me disseram que é feio mentir
Mas quem disse isso também mente
Omitiu coisas que me fariam crescer
Mentiu até para me proteger
Um dia me disseram que aprenderia a amar
Mas descobri que amar não se aprende
Que o amor que aprende com você
Que amar se aprende por viver
Omitiram-me que amar pode doer
Que a saudade pode sufocar
Que a distância faz sofrer
Que podemos chorar por não nos ver
Quem inventou a saudade?
Não me disseram que ela existia
Me disseram que você partiria
E não disseram que mesmo assim contigo eu estaria.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
12/03/2004
19 de abr. de 2005
Solidão
A necessidade de platéia é algo que muitas vezes pode
levar o ser humano a ter atitudes extremas.
E ela sabia disso.Tanto que vez ou outra ela parava na
esquina da Líbero Badaró com o Viaduto do Chá e ficava
olhando para o alto do edifício que tem ali. Não demorava
muito e já haviauma multidão ao seu redor para ver o que estava
acontecendo.
E ela gritava:
"- Não, não pule!"
E acenava com a mão num gesto negativo.
Quando lhe perguntavam:
"- Nossa, mas cadê a pessoa com quem você está falando?"
Ela respondia:
"- Ali, num tá vendo? No 35º andar"
Ela na verdade nem sabia quantos andares tem o prédio, mas
sempre tinha alguém que acreditava e depois engrossava o coro:
"- Não, não pule!"
Quando já havia um número suficiente de pessoas ela saía dizendo:
"-Gente louca, fica tentando se suicidar. Eu desisto de tentar ajudar."
Passado algum tempo as pessoas não mais acreditavam nela,
e a brincadeira foi perdendo a graça para sua autora,até o dia
que ninguém mais parou porque o funcionário da banca alertou
que não passava de uma maluquice daquela mulher.
A diversão dela havia acabado, não tinha mais público que
acreditasse nela; e não era só ali, em todo o Centro de São
Paulo as pessoas a conheciam.Virou uma celebridade.
Certo dia tentou brincar com as pessoas em lugares diferentes
do Centro e ninguém lhe deu atenção, até que na última tentativa
de chamar seu público ela resolveu transpassar o pára-peito do
Viaduto do Chá para que as pessoas parassem e tentassem
impedi-la.
Ninguém parou.
Conto escrito em 22/02/2005
A partir de agora postarei aqui no Only alguns contos que
estava escrevendo no Blog da Taty Marx, onde tbm escrevo
regularmente.
Como estou num intervalo criativo resolvi postar estes
contos porque tenho gostado muito deles e aqui todos
podem comentar.
Espero que gostem.
Choro
Aqui, venha para a chuva...
Sinta o calor de cada gota
Deixe-a levar sua tristeza
Sinta as gotas abraçarem tua pele
Perceba o significado disto
Aproveite as lágrimas dos anjos
Purifique-se com esta dádiva
Usufrua deste elixir
Aqui, venha para a chuva...
Deixe-se molhar pelas águas celestiais
Tente sentir o abraço divino
Purifique-se, deixe-a levar suas aflições...
Receba a pureza destas lágrimas
Sinta-a escorrer por sua face
Escorrer por todo seu corpo
Quedas d’água por seus contornos
Aqui, venha para a chuva...
Venha se molhar, não tema!
Alivie sua’lma sem medo
Deixe as águas a acalmarem
Que chova a noite toda
Molhemo-nos para disfarçar nossas lágrimas
Vamos rir por não ter o que fazer
Deixe-se molhar, deixe-me te ter.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
11/03/2004
14 de abr. de 2005
Morte de mais uma série
Morreu, mais uma vez mato uma série pelo mesmo
motivo das outras... baixa audiência.
Tirando que muitas pessoas (pretensão, só as que leram)
também criticaram muito os temas que utilizei para escrever
a série.
Sei, foi meio pesado e assustador se tratando de mim. Digo
isso porque quem me conhece sabe que sou extremamente
careta e contra as drogas.
A verdade é que escrevi a série pensando no filme "Requiém
para um sonho"; filme este que me deixou muito impressionado
e inspirado a falar sobre os vícios que tanto me incomodam.
A verdade é que depois do filme vi que todos somos viciados
em coisas diferentes, sejam elas lícitas ou ilícitas.
Bom... morreu.
Dias chuvosos
Chove em minha mente
Gotas de pensamentos absurdos
Dilúvio de idéias férteis
Incessante fertilização de planos
Que chova o concreto ou o imaginário
Que fique em pensamento
Que vire realidade
Mas não pare de chover
Que inunde meu cérebro
Que afogue meu raciocínio
Que leve a lógica com a correnteza
Mas não pare de chover
Molhe todos os cantos de minha cabeça
Temporal avassalador que preocupa
Preocupa por suas conseqüências
Deixará rastros?
Alaga-me a todo o momento
E quando não houver mais como escoar
Quando chover pensamentos de emoções
Quando a chuva esquentar o sentimento
Pensarei em como drenar este tormento
E sem solução meu corpo responde por mim
Meus olhos quase se fecham como aviso
Com lágrimas alivio meu pensamento.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
19/02/2004
28 de mar. de 2005
Do Prazer à Dor #4
Ratatá!!!
Esquenta o prato...
Abre o pacote e despeja.
Cartão telefônico, bate para lá... tráz para cá.
Estica, enrola uma nota de R$ 1, a espingarda...
Ratatá... Ratatá... até ligar!
Sede, olhos estricnados, agito, agito...
Sem parar!
Ligadaço no menor movimento, tudo que imperceptível
eu percebo... olho para um lado e para o outro.
Maxilar que não pára, vontade de morder...
Ratatá... Ratatá... velocidade, voracidade...
Ratatá... Ratatá... até o nariz sangrar!
Bebe, bebe, sem limites, sem parar...
Formigamento, desespero, felicidade... ansiedade.
Mãos inquitas, falso alívio imediato, falsa paz...
Imediatismo, sem censura, inconsciência, inconsequência,
disritmia, arritmia... pulso, pulso.
Vôos desconexos, necessidade de me acelerar, o coração
saltando pela boca, pulsação explosiva, implosão...
Ah... ah... ah...
Sei voar, sou super sônico, tenho super poderes... ninguém
pode me controlar.
Visão além do alcance, sensação de tudo sentir intensamente...
demente!
Ratatá... Ratatá...
Game Over!
Sonâmbulo
Estou na terra dos sonhos
Lugar onde o impossível não existe
Onde a realidade é questionada
E o amor está sempre presente
Minha mente me confunde
Parece querer acordar-me
Trazer-me de volta à realidade
Mas o que isso tem de irreal?
Amar é possível, mesmo que complexo...
Que seja assim difícil de entender
Tão difícil que parece sonho
Penso sonhar, assim é mais simples...
É difícil aceitar a realidade
Mesmo que ela lhe faça bem
Lhe traga paz e felicidade
Mesmo assim ela dói
Que dor insistente!
Pare agora, deixe-me curtir...
Deixe-me curtir a felicidade deste sonho
A realidade deste sentimento!
Não me atormente mais
Deixe minha mente em paz!
Quero a realidade deste sonho
Quero acordado com minha vida sonhar.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
19/02/2004
16 de mar. de 2005
Do Prazer à Dor #3
Whisky + gelo + Red Bull...
Desce e se encontra...
Ela: Você dixava?
Ele: Você tem a manha?
Ela: Tenho!
Ele: Então eu dirijo...
Um gole, conversa vai... dixava.
Mais um gole e mais conversa... dixava.
Ela: Ih a seda tá na bolsa... segura um pouco.
Ela toma um gole e pega a seda.
Ela: Agora dá aqui.
Muito cuidado para não perder nada. Mais um gole...
Coloca na maquinha... fumo, seda... bóla!
Pronto... mais um gole... acende... Fssssssssss...
Marginal... Fssssssssss... Rebouças... Fsssss... tóin!
Bateu... Fssssssssss... huahuahuahua!
Ela: Noooossa!!! Huahuahuahua...
Fssssssss...
Ele: Noooossa!!! Huahuahuahua...
Fssssssss...
Voltas e voltas, risada, silêncio...
Fssssssss...
Ele: Nossa, tô perdido... huahuahua.
Ela: Fala sério?!?!
Ele: Calma, eu me acho.
Pompéia, Jardim São Bento, Casa Verde, Santana, Centro.
Larica... Estadão, sanduíche de pernil e Coca-Cola e... nóia...
Ela: Meu, tá todo mundo olhando pra gente! (cuxixa)
Ele: Não, desencana.
Ela: Cara, são os caras da seita.
Huhuahuahua...
16/03/2005
Toque
Você já foi visto?
Me sinto invisível
O que houve com a consciência?
Você já a teve?
E se eu gritar agora?
Sempre haverá primavera
Mesmo que partamos
Que nos distanciemos
Queria um anjo para acalmar-me
Desculpe, não estou mais confiante...
Escondo-me de mim mesmo
De meus medos e temores
Posso até estar escondendo-me da felicidade
Estou te visitando agora?
Está sozinha agora?
Quem é você afinal?
Não me prive de conhecer-te
Não me esconda nada
Mostre-me o que temes
Deixe que eu a proteja
Mostre-me, mostre-me tudo!
Mostre-me o que queres
Deixe-me realizar seus desejos
Vamos caminhar juntos nos corredores que criamos
É difícil perder a sensação de vazio
Mas é fácil tê-la de volta
Feche os olhos só por um momento
O que quer fazer?
Todos olham para nós agora
Que gosto tem seu sentimento?
Algumas vezes o meu é amargo
Como você explica?
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
14/02/2004
3 de mar. de 2005
Do Prazer à Dor #2
Lagavoulin 16 anos.
Entre outros vícios tem o álcool que hoje me rendi.
Depois de encarar o vício de outras pessoas em atrapalhar a
vida alheia e me deixar tomar por atitudes impensadas,
me rendi a um copo com gelo e Lagavoulin 16 anos.
Whisky Single delicioso que serviu como calmante após
conversar com a Paty (Sol), quem começou a me acalmar.
Sempre critiquei quem bebia para desestressar, mas desde que
voltei de Floripa peguei esse costume besta de utilizar algum
aditivo para relaxar.
De todos os meus vícios, o que sempre mais gostei foi a velocidade,
mas como estou sem carro estou usando de outro para relaxar.
Vocês devem estar achando estranho esse post, mas é que estou sob
efeito de cerveja, Smirnoff Ice e Lagavoulin 16.
Não, não é um vício e sim um relaxante muscular que usei para
curtir com minha irmã, a Fef´s e o Léo. Obrigado aos imbecis
que conseguiram me tirar do controle esta noite. Por vocês eu
adiantarei alguns poemas e vou postar um de meus prediletos.
Ainda sob efeito.
Ode aos Inimigos
Só tenho a lhes agradecer
Agradecer por tornarem minha vida divertida
Obrigado por tornarem-se referência
Referência de minha superioridade
Sem vocês a monotonia reinaria
Podem tentar infinitas vezes
Adoro seus jogos infantis
Já sei todos de trás para frente
É bom olha-los daqui de cima
Vocês jogam sem conhecer-me
Não sabem da essência do jogo
Desconhecem o fato de não haver regras
Serei feliz, queiram vocês ou não...
A cada vitória conheço-os melhor
Divirto-me com sua derrota
Mas vocês não aprendem nada com elas
Ajoelhem-se e beijem minhas mãos
Minha arrogância veio com minhas vitórias
Vocês elevaram-na a este ponto
Permitem-me que seja assim
Alimento-me de suas lágrimas
Não me comoverei com elas
Inimigos não precisam de meu coração
Mas no dia que rastejarem, dar-lhes-ei minhas mãos.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
14/04/2004
23 de fev. de 2005
Do Prazer à Dor #1
100Km/h...
Não é nada para quem é viciado em velocidade, mas também
é mais do que o limite de velocidade da maioria das vias
públicas, e menos que o limite das boas estradas.
100Km/h...
É só o começo para pessoas como eu, 120Km/h... tá começando
a melhorar; a adrenalina aumenta, a direção fica mais leve, as faixas
passam mais rápido...
140Km/h...
Isso tá ficando bom, mais adrenalina, mais, mais; os carros
se aproximam cada vez mais rápido. E mais adrenalina!
160Km/h...
Piscar já se torna perigoso, olhar para o lado nem pensar, virar a
direção bruscamente então...
Você pára o carro e desce com as pernas tremendo.
100Km/h...
Se bater a essa velocidade num alvo imóvel...
...200Km/h.
22/02/2005
Do Prazer à Dor é uma série que começa falando sobre os vícios,
por serem muitos os vícios eu resolvi criar uma série para não
escrever um texto que ficasse cansativo.
Alguns sentidos
Ouça, ouça com atenção!
Está ouvindo o som?
É a batida de meu coração
Escute a paz a cada batida
Agora os anjos dormem
Dormem tranqüilos como quem cumpriu sua missão
Dormem com a canção
A canção de ninar de meu coração
Vamos caminhar pela rua de pedra
Amarela pela luz dos postes
Romântica pela luz da lua
Saudosa pela aparência
Caminhemos sempre de mãos dadas
Daqui para frente será sempre assim
Nossos corações batem em sincronia
Nossas almas se abraçam como uma só
Vamos, vamos ver o luar...
Sentar a luz de velas
Sorrir para nosso amor
Viver o presente que recebemos.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
13/02/2004
16 de fev. de 2005
Vício(s) cada um tem o(s) seu(s).
Não importa qual(is) seja(m) você é viciado em alguma
coisa.
Você é um viciado e pronto!
Vá! Destrua-se da forma que melhor lhe convêm, deixe
teu vício te dominar e continue a dizer:
"Eu paro quando quiser."
Vai lá, você é forte e consegue fazer tudo o que quiser.
Também amo me destruir; cigarro, sexo, mulheres, amores,
paixões, correr de carro, me entregar, escrever, ser o
centro das atenções, ser o centro da sua atenção, ganhar
dinheiro, ser o melhor em tudo o que eu faço... Entre outros
que me tornam um viciado.
Coma doces para saciar teu vício, fume sua maconha para
relaxar, cheire tudo o que quiser para ficar ligado, encha a
cara para desinibir e descontrair, fume crack para sentir-se
perseguido, tome suas anfetaminas para emagrecer, fume
seu cigarro para acalmar, tome seu Lexotan 6mg para
dormir tranquilo, coma para saciar a tua ansiedade, injete-se
para sentir-se no paraíso, ligue para o maior número de
pessoas possível para não sentir-se sozinho, corra com seu
carro para sentir a adrenalina de quase morrer...
Somos todos doentes, dependentes de drogas legais e
ilegais que saciam nossas vontades e carências.
Somos todos doentes e dependentes de realizações e
sensações ; suprimos frustrações com o uso ou o excesso
de aditivos, alimentos, objetos e drogas, que mesmo por
minutos ou horas nos confortam.
Antes de se destruir mais uma vez assita "Requiem para
um sonho" e veja como somos fracos.
10/02/2005
Invisível
Violetas e velas para nós
Estão aqui ao nosso lado
Por toda à volta, nos cercam...
Deixando-nos sem saída
Onde estamos agora?
Estamos em lugar algum
Longe, longe da insanidade...
Próximos de conhecer nossa realidade
Diferenças comuns, pontos de discórdia...
Manias repentinas, loucuras ímpares...
Cada qual tem a sua
Divirta-se, divirta-se enquanto me arrisco!
Arisco por minha ansiedade
Tensão incontrolável de ser contrariado
Agonia da espera incessante
Apreensão, expectativa de saber sua reação...
Demora, espera acabando com a paciência!
Vontade de correr mundo a fora
Mais uma vez a indiferença vem me visitar
Deixe-me aqui de canto para divertir-se
Tenho que aprender a esperar
Tenho que aprender a te soltar
Não quero que mude
Não quero me machucar.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
06/02/2004
9 de fev. de 2005
The Carnival is over...
Esqueça!
Você está certo disso?
Apagar recordações... é disso que preciso!
Assistindo a "O brilho eterno de uma mente sem lembranças"
vi a coisa mais óbvia, que todo mundo sabe mas nega-se a
ver.
Ao término de um relacionamento lembramos só de coisas
boas quando sentimos falta de nossos "ex", mesmo que
queiramos esquecer a pessoa, algumas coisas não queremos
apagar de nossa memória; consequentemente também não
esquecemos a pessoa.
Ser humano é complicado; as crianças são puras e inocentes,
já os adultos são complicados e problemáticos, sem exceção
à regra.
Cada um de nós complica a vida a seu modo e em aspectos
diferentes; o engraçado é que tem gente que parece gostar de
ser complicado e diz para todo mundo: "Eu sou complicado(a),
você não vai me aguentar."]Se alguém que já disse isso para
mim se enervar; me desculpe porque você não foi nem a primeira
e tenho certeza que não será a última pessoa a me dizer isso.
O pior de tudo é que sempre acabo me envolvendo com alguém
que me diz isso; é como se fosse um desafio a ser enfrentado.
Uma vontade enrome de mostrar a essas pessoas que elas são
complicadas porque elas querem, que elas acham que isso as
torna diferentes das demais. Elas são diferentes sim, têem
complicações diferentes, mas são igualmente complicadas como
qualquer um que as rodeiam.
E por que buscamos ser igualmente diferentes?
Porque queremos ser únicos, queremos ser notados e aplaudidos
pelos demais; não conseguimos nós mesmos nos aplaudirmos. Não
somos suficientemente bons para nós.
E ao meu ver, minha visão particular é que as pessoas que se
mostram satisfeitas demais consigo e se acham o máximo,
demosntrando isso com palavras e atitudes; essas são as pessoas
mais inseguras por tentarem mostrar que são seguras.
"Quem precisa de atitude é falso" (Nietzche)
Dor
Pensei que não fosse doer
Mas dói agora, dói meu peito neste momento...
Pensei que seria fácil, assim como foi rápido...
Mas se fosse fácil não teria graça
Agora essa saudade me machuca
Agora o tempo me deixa angustiado
Essa tal dor resolveu me atormentar
Me traz recordações que me torturam
Desde quando a conheci, me lembro de todos detalhes...
Quando senti pela primeira vez seu perfume
Um breve toque num simples beijo de despedida
A ansiedade de uma próxima vez
Mais rápido do que pensei te vi
Você disse-me ter resistido
Tive que partir
A ansiedade da próxima vez
Que tortura com meus sentidos...
Sentir seu beijo e vê-la partir
Leva contigo meus sentimentos
Levo comigo só recordações
Seu beijo, ah seu beijo...
Beijo de serpente que envenena a alma
Deixa seqüelas no coração
Paralisia cerebral
Não penso em mais nada desde então
Não quero mais nada desde então
Só sinto saudades e dor em meu peito
Só sinto você em meu coração.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
28/01/2004
2 de fev. de 2005
E eu gosto disso!
Ontem eu encontrei-a.
Ela estava linda como sempre; e como sempre foi muito bom,
quer dizer, foi ótimo, gostoso e como sempre sincero.
Como gosto de escutá-la falar sobre ela, sobre o que tem feito,
sobre o que quer fazer e sobre nada... é verdade, conversamos
sobre nada também!
Nada de importante e substancial, falamos sobre amenidades e
coisas fúteis.
Como sempre demos muitas risadas; adoro ouvi-la rindo das
besteiras que falamos e sobre tudo o que falamos... mas também
sobre o nada... huahuahuahuahua...
Como é bom ouvi-la mesmo as quatro da manhã quando tenho que
que acordar as oito no dia seguinte.
E nos gostamos de verdade, nos gostamos demais como amigos
e confidentes.
Lembramos o que passou e falamos das saudades que temos;
lembramos o que deixamos de fazer e o que fazemos separados.
Por fim...
Beijo, tchau e boa noite!
Tu...Tu...Tu...Tu...Tu...
Até o telefone calar-se e eu encontrá-la novamente, mas agora a vejo!
E como é bom vê-la... como é bom...
Ela e sua alegre tristeza seu mundo perfeito que mescla um estilo rebelde
com luzes cor-de-rosa. Como ela ama esse seu mundo perfeito.
Sim, alegre tristeza porque assim como eu ela sorri, mas nunca parece de
verdade porque temos olhos tristes.
Triiim...Triiim...Triiim...Triiim...Triiim...
Oito horas... melhor eu levantar...
A Dança
Enquanto a música da vida toca ela dança
E o Sol ilumina seus olhos
Mesmo quando ela tenta se esconder dele
Sinto esse milagre quando ela sorri
E ela dança conforme a música
Cadenciando o ritmo dela
Mas agora ela está começando
Ainda não precisa se levantar para a luta
E ela dança em queda livre
Seu coração bate intensamente por si
E ela luta o tempo todo por seus desejos
Ela sabe o que deseja
E ela dança freneticamente em seu ritmo
Mesclando sensualidade, vulgaridade e inocência...
Nem ela sabe direito o que é
Não sabe dizer o que vê no espelho
Não, na verdade ela sabe como dançar
E assim vive cada dia sem espectativas
Simplesmente os vive!
Um de cada vez, não espera que nada aconteça
E ela conduz a música com a sua dança
Faz tudo a seu modo, ao modo que lhe convém
Batalha pelo que quer e o resto deixa acontecer
E voa em seus sonhos e devaneios
E ela flutua enquanto dança
Leve e esguia... enfeitiçando quem a vê
Ela é a criança mimada, a menina levada e a mulher amada
E ela sabe dançar...
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
02/02/2005
26 de jan. de 2005
Eu mesmo matei!
Aqui mato meu sentimentalismo!
Que venha a era da razão, afinal tudo é muito lógico e prático.
Se esforce e conseguirá alcançar, tudo é teoria a ser colocada
em prática; e romances são para serem lidos e não vividos.
"Não há mais lugar pra quem quer viver um grande amor
Ninguém quer saber de parar pra pensar um pouco mais com
o coração" (ZERO)
Escutei, cantei e escrevi isso por quase vinte anos, só esqueci
de me ligar que essa é a realidade.
Tô exausto, exausto de tentar fazer minhas próprias regras,
exausto de viver um "Sonho Lúcido" (Vanilla Sky), assim como
no filme onde há uma Juliana e uma Sofia eu queria poder
gritar "Suporte técnico, suporte técnico..." e aparecer alguém
para me dar a opção de continuar meu sonho ou acordar para
a realidade.
Na verdade eu sou meu suporte técnico e escolhi a realidade,
não quero mais fantasiar romances, idealizar pessoas,
atravessar armaduras; agora eu vestirei a minha para que
ninguém a penetre.
No máximo continuarei a escrever, as pessoas gostam de ler
sobre os sentimentos, não sei bem o porque já que não gostam
de vivê-los.
"Tenho medo de altura, não pela altura, mas pelo impacto"
(Vanilla Sky). Minhas últimas quedas me fizeram em pedaços,
agora não quero nem mais chegar ao topo para não me sentir
tentado a pular. Como isso?
Não pegarei mais o elevador.
Li num post antiogo de um flog que:
"Essa é para sempre. Infelizmente nem tudo na vida é assim"
Era a respeito de uma linda tatuagem em uma linda pessoa.
Já que realmente nem tudo é para sempre e até as tatuagens
hoje podem ser apagadas; declaro aqui a morte do meu
exagerado sentimentalismo.
Uma amiga minha me disse para escolher a estrada do meio.
Concordo que esse seja o caminho, mas para isso preciso
primeiro conhecer a razão; o coração eu já conheço. Depois
vou pela estrada do meio ou não.
Acabou, esquece!
Isso me marcou bastante, acho que essa frase foi a gota d´água
para mim, desde que escutei-a em novembro tudo mudou.
Voltei a ver que somos descartáveis como tudo em nossa vida.
"Ficam os beijos, fica a memória" (Capital Inicial)
Ainda li isso, só que continuei cantando e doeu...
"eu nem me lembro mais"
Doeu porque me lembro.
Chega de procurar uma linda história de amor nesse mundo onde,
o que cada um quer é se proteger para não saqir machucado. Não
espero que me dêem as boas vindas, e nem vou esperar ser
convidado
"Mein Hertz Brennt" (Rammstein)
Acabou, não queima mais, apaguei o fogo porque a última que o
incendiou me ensinou que viver é preciso, amar não!
Quando resolvi não mais machucar ninguém, eu mesmo me
machuquei.
Da última vez não saí machucado, saí insatisfeito porque queria mais.
E ela?
Não sei, mas pelo que me parece está bem em relação ao que tivemos,
ela sabe até onde ir. Eu preciso aprender.
E dessa vez parece que aprendi sem bater a cabeça.
Quem lê esse singelo blog sabe que até aqui sempre escrevi o que
sinto das fantasias que vivi; daqui para frente vou escrever fantasias,
ficção e coisas que não sinto mais.
Sonhar com um beijo que demora para acontecer enquanto os rostos
se tocam a meia luz, ou aquele beijo debaixo de chuva, um sorriso de
gratidão, um carinho, um cuidado... Não, já tive tudo isso graças a uma
pessoa.
Fui feliz enquanto estava com ela.
Agora serei feliz lutando pelos meus sonhos capitalista, casa, carro e
uma boa vida para a minha filha.
Que eu envelheça só mas terei a certeza que tive tudo que sonhei.
Carinho?
Tenho minha família, filha e amigos.
Prazer?
Basta escolher, basta pagar...
Compania?
Livros, música, um copo de qualquer coisa e um cigarro.
Felicidade?
Alcançar tudo o que sonhei.
As mulheres que tive?
Cada uma ficou com um pedaço vital meu.
Ju?
Quero mais, sempre vou querer. Foi pouco.
Envolvimento?
Distância, só comigo agora.
Aqui mato meu sentimentalismo!
Até quando isso durará?
Até o dia que "alguém" quiser ter um amor, um romance.
E não só ler.
ABRE LOS OJOS
Open your eyes
O mundo é escuro para quem tapa os olhos
É escuro porque elas o querem assim
O medo as faz cegas por opção
O medo não as deixa se mostrar aos outros
Máscaras, armaduras, óculos escuros, peneiras...
De nada adianta esconder-se, tudo é superficial
Não há sentido em fugir do mundo, criar um seu...
A fantasia pode nos ajudar a viver, mas nos esconde!
Como contemplar o belo sem ver o feio antes?
O que seria do doce sem o amargo?
O que seria do amor sem ter antes sentido dor?
O que será do mundo se você não olhá-lo?
Felicidade... ah, a tal felicidade...
Ela está em qualquer lugar onde queiramos
Só que não a temos porque achamos que é difícil ser feliz
Estamos habituados a sofrer para sermos felizes
A felicidade pode estar num telefonema
Numa paisagem, numa visita inesperada, numa viagem...
Depende de onde você a procura
A felicidade começa em seu espelho
Encare-se uma vez!
Olhe-se de frente e veja se você é quem você quer
Ou se você é o que os outros esperam
Você já se viu?
Nunca te vi, sempre te amei
Essa é a sensação quando você é o que você quer
Não nos acostumamos a sermos o que nós queremos
Você já se viu?
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
26/01/2005
20 de jan. de 2005
Suplico uma amnésia!
E assim vou atravessando os dias.
Tentando em vão distrair a mente e o coração.
Desperdiçando horas tentando me convencer que acabou, fazer de
conta que não aconteceu, me condicionar a minha nova realidade
de querer estar e ser só.
Sempre fui assim... sozinho eu vivi e tentei viver com outras pessoas.
Mas não! Eu sou e quero ser só!
Não quero mais ter ninguém, não quero mais ter saudade; já me
basta o que restou de tudo e de todos, não quero mais recordações
para chorar.
Rostos, gestos, gostos, cheiros, corpos, vozes, olhares, beijos...
Maldita memória que me castiga a todo momento trazendo tudo a
tona , espancando meu coração e inundando minha face.
Até procuro me distrair em outros beijos, sentir novos cheiros, me
envolver com outros olhares... mas minha mente insiste em me
castigar.
Por que ela não sai daqui? Por que? Por que? Por que?
Vai embora AGORA!!!! POR FAVOR me deixe em paaaaz...
SUMA da minha menteee...
NÃÃÃÃÃÃO!!! Isso não aconteceu... foi tudo uma mentira que eu
criei porque me senti bem.
Nada que é tão bom deve durar TÃO POUCO!
POR FAVOR DEUS!!! POR FAVOR, ME AJude a esquecê-la, tire-a
da minha mente já que não posso tê-la!!!
Escute o suplício desse coração que insiste em arder por ela
incessante.
Será que não sou eu que não quero esquecê-la?
Pode ser... mas só quero me sentir feliz mais uma vez.
Na minha mente
E ela ainda está lá...
Bem como a vi da última vez
Com seu sorriso lindo e seus olhos tristes
Assim é ela...
E ela ainda está lá...
Como na última vez que nos falamos
Com seu jeito ansioso de falar gesticulando
Escondendo o que realmente sente
E ela ainda está lá...
Não sei bem fazendo o que
Ela sempre guardou sua privacidade
Nunca deixou-me atravessar essa barreira
E ela ainda está lá...
Relembrando o seu passado
Na dúvida se o quer no presente
Confusa entre seu coração e sua mente
Queria eu ainda estar lá
Não sei se queria ter voltado
A saudade me traz essa questão
Mas preciso aquietar meu coração
E ela ainda está lá...
E eu aqui pensando que outro alguém me faria esquecê-la
Mas não foi assim
Só aumentou a vontade de vê-la
Porque com ela era sincero
Porque com ela havia troca
Porque com ela eu queria estar
Assim é ela...
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
20/01/2005
12 de jan. de 2005
E ela me ensinou...
Quem nunca abriu a geladeira ou o armário da cozinha e viu algo
que o deixou com água na boca, só que na hora em que você ia
matar a sua vontade percebe que o prazo de validade venceu?
Será que só acontece comigo?
Não, não me apaixonei e nem estou "amando" mais uma vez!
Mas sim, mil vezes sim! Eu me envolvi novamente e dessa vez
eu não tenho como levar adiante porque a distância não permite.
Sei que já larguei tudo uma vez e para largar a segunda eu não
exitaria. Só que desta vez vai ser diferente, não que não valha a
pena; porque vale muito mais a pena do que da primeira vez.
Só que tenho minhas responsabilidades para honrar.
Até eu estranho de me ouvir falando isso.
Que mania besta que eu tenho de querer furar as armaduras
e mostrar para aqueles que as usam, que eles também podem
amar.
Eu jamais me cansaria se tivese que tentar mais e mais vezes
chegar ao coração dela, ,as precisei voltar para casa.
Não, eu não a abandonei em momento algum, e dessa vez
também não me abandonei. Quero estar com ela porque era
eu mesmo e não um personagem que eu criei, sai do mundo
que criei para mim, abandonei minhas fantasias e finalmente
vivi uma realidade que eu não criei; aconteceu.
E ela me dizia: "Cris, vamos curtir e não nos preocupar se
amanhã nos veremos; a gente sabe que um dia vai acabar."
E ela estava certa.
Poema repetido, mas tem a ver com ela
Eloise
Agora dormirei com minhas lágrimas
Imaginando onde você está
Com minha loucura
Em por ti me importar
Para muitos parece irreal
Se importar com alguém, com uma imagem?
Mas enxergo além
Atravesso a sua armadura
Sua fragilidade me sensibiliza
Sua carapaça enfeitiça os insensíveis
Sinto-te através de seus olhos
Tire sua máscara para melhor te ver
Apesar de tantos disfarces
Enxergo seu coração
Amargurado, machucado...
Sensível à insensibilidade de falsas promessas
É bom te abraçar, senti-la perto!
Sentir que posso protege-la
Mas não é isso que queres
Queres mostrar que sua armadura a protege
Deixe-me chegar onde nunca ninguém esteve
Deixe-me mostrar como é forte a sua sensibilidade
Deixe-me encontrar o que nunca ninguém procurou
Deixe-me alcançar seu coração.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
03/11/2003
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