16 de set. de 2005

Procuramos independência... O mundo anda meio complicado, parece que cada dia mais nos isolamos e deixamos de interagir com as pessoas.São milhares de recursos que dispomos para nos comunicarmos de forma impessoal e sem precisar sair de casa: Internet, messengers, Skype, webcam... ... E o contato social morre a cada dia. Acho que quando Gran Bell inventou o telefone não imaginou que isso pudesse acontecer, acredito que sua invenção teve a intenção de facilitar o contato entre as pessoas e não que essa facilidade de contato fizesse com que as mesmas se afastassem. Claro, estaria mentindo se disesse aqui que não facilitou; mas da mesma forma que facilitou o contato, afastou as pessoas. O que se vê hoje é o distanciamento pela facilidade de comunicação. É sexo virtual, sexo por telefone; deu fome, liga e pede comida... Tudo na ponta dos dedos. É meio deprimente isso; e mais deprimente ainda se formos mais longe para analisar que hoje muitos romances começam via internet, ou até por aqueles serviços de disque amizade. Tem um lado positivo nisso, muitas vezes as pessoas acabam se interessando umas pelas outras por causa do intelecto ao invés de prestar atenção inicialmente ao físico. De onde eu tirei isso tudo? Simples... ... Estava indo trabalhar hoje quando vi dois velhinhos descerem do ônibus em frente ao cemitério de Santo Amaro; na hora pensei: "O mundo anda tão independente que daqui a pouco os velhinhos virão sozinhos, de ônibus para o seu enterro..." Mais tarde fui mais longe: "As crianças estão cada dia mais independentes, cada dia ficam independentes mais cedo; daqui a pouco o bebê vai se cansar de ficar na barriga da mãe e nascer de parto normal voluntário. Não por vontade da mãe, mas sim porque aquele lugar era muito chato". Devo realmente estar envelhecendo, essas coisas as vezes me assustam. Lucidez Outra vez a incerteza Onde iremos chegar dessa forma? Esse mar pode vir a nos afogar Estas ondas que nos atingem Hora a maré sobe... hora desce Quando desce leva-nos junto Nós e nossas lágrimas Fiquemos aqui, deixemos as lágrimas... De que vale a vida sem os sonhos? De que vale um amor incerto? Vale a dor que me proporciona... A incerteza de estar contigo? Temos que alimentar a vida Alimentá-la com nossos sonhos O que seria dos amores sem os sonhos? Talvez não doesse tanto Distância que me faz enlouquecer Tomemos o céu como ponto de referência Assim a distância parece menor Enganamos assim nossa dor Esta inconsistência que preocupa Toma-me pelo desinteresse Desinteresse causado pela incerteza contínua De que vale a vida sem os sonhos? Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 06/04/2004