31 de jul. de 2005

Um Pouco de Vida E assim vi que respiro com facilidade, dando vazão a todo o ar que se apresenta a mim. Logo pela manhã já vejo o sol, ou um céu cinzento na minha janela; ambos sempre pedem para serem contemplados. E assim o faço com um sorriso quase que de orelha a orelha por finalmente entender que a beleza está nos olhos de quem a vê. Como sempre digo ainda não sei nada, mas hoje posso dizer que sei o suficiente para me ver sorrindo diante das coisas que me são oferecidas; sejam elas boas ou ruins. Cada uma tem seu valor. Depois de tantos tropeços, quedas, arranhões, fraturas, cicatrizes, pontos falsos e cortes suturados; hoje cada um deles serve como um manual para sobreviver diante do novo olhando sempre a frente, acima e abaixo; tudo isso sem me preocupar com o que vem pela frente, simplesmente curtindo cada momento e eternizando-os em fotos e filmes mentais. Filmes e fotos que eu produzo através de um roteiro desconhecido e com uma receita simples. Viver! Nunca tinha arriscado isso. Hoje sorrio um riso de criança, aquele riso do presente tão esperado debaixo da árvore de Natal; e se choro, bem... ...Choro as lágrimas de quem estava soterrado sobre escombros do seu passado e foi salvo ainda com vida. Hoje Vivo! 31/07/2005 Misericórdia Sonho num momento Acordado numa eternidade de devaneios A vida e seus momentos Momentos que constroem a vida Instantes que eternizam na memória Velocidade intensa, perturbadora! Tudo passa despercebido Pare! Pare agora! Droga que vicia a mente Impossibilidade de se concentrar Olhe! crianças modificadas Não há mais infância Tome, leve sua dor! Não a quero para mim Sinta-a você mesmo Experimente seu veneno Nos tornamos assassinos de sonhos A morte é o sonho O sonho que a vida não alcança Quando chegada não há mais sonhos Nossa realidade imaginária Um sonho interminável Fuga dos sonhos reais, da vida real... Sonho realizar, voar e entender... Há o que entender Há a realidade que sonhamos Não a queremos agora Sempre recusaremos o paraíso por medo. Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 03/04/2004

8 de jul. de 2005

Impotência Acho que essa é a pior sensação que existe, a vontade de tentar ajudar e ao mesmo tempo saber que não se pode fazer nada. Claro que temos que pensar em nós em primeiro lugar, mas quando vemos alguém que amamos sofrrer, a primeira coisa que pensamos é uma forma de ajudar. Ao longe, pelo telefone se escuta um choro. Como ajudar? Você está preso no seu trabalho, não pode sair dali naquele momento, e mesmo que pudesse... não tem como chegar até aquela pessoa. Já passou por isso? É, vira e mexe eu passo por isso; só que tem situações que por mais que você faça, jamais irá ajudar totalmente, o máximo que você fará será minimizar o sofrimento. Acho que essa é a pior sensação de impotência que existe, você de alguma forma querer ajudar e não adiantar nada.Muitas vezes quero ajudar sem saber como, outras quero ajudar sem ter como. Nessas horas, tudo que eu quero é poder estar próximo a pessoa para ao menos colocá-la em meu cólo, deitar sua cabeça em meu ombro e ficar ali parado, só fazendo um cafuné enquanto a pessoa alivia sua dor num choro que parece interminável. É o mínimo que podemos fazer a quem amamos; escutar nem que seja só o choro, o soluçar... aquele pranto de dor ou de saudade, as vezes pode ser também de arrependimento, ou quem sabe somente uma forte melancolia... um saudosismo. Hoje eu saí de casa chorando sem saber a causa, nem tentei descobrí-la, afinal d que adiantaria, dependendo o que fosse eu estaria impotente; as vezes estamos impotentes para resolver nossos próprios problemas. E sabe qual é o nosso maior problema? Nós mesmos. Dor da noite É sempre assim quando acaba Voltar só para casa Não poder ouvir sua voz Saber que a cama estará vazia É sempre assim quando acaba Sair sem você ainda não tem graça Ligar a TV para o tempo passar Pensar o que faria com você ao meu lado É sempre assim quando acaba A noite vazia e perdida A risada sem graça predomina Onde está você agora? É sempre assim quando acaba Mais uma cerveja ou um cigarro Alguns amigos num papo furado A música alta ensurdecida por sua imagem É sempre assim quando acaba O caminho de volta isolado O choro engolido com a mágoa Na face, a aventura de uma lágrima... É sempre assim quando acaba Dias ensolarados viram cinzentos Noite estrelada acobertada por nuvens Nós dois longe por nossos erros Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 04/04/2004