24 de mai. de 2005

Tem horas que tudo o que precisamos é um copo de Coca-Cola. Ele não havia dormido nada após a fatídica noite anterior, mas mesmo assim saiu cedo com aquela que sempre fôra seu amor platônico. Rumaram para a marginal Pinheiros sentido rodovia dos Bandeirantes, e após aproximadamente uma hora estavam no parque de diversões. Eles sempre se deram muito bem como amigos, em outras ocasiões chegaram a trocar alguns beijos, todos eles muito carinhosos; mas foram raros e nunca passou disso. Ela via nele o seu anjo da guarda, mas ele sempre a enxergou como a mulher ideal; mais velha, cheia de atitude, divertida e com um gênio fortíssimo. Ela sempre povoou suas fantasias, e neste dia fez com que ele se sentisse criança novamente. Era um simples passeio no parque, mas para ele era algo maior, era passar um dia inteiro ao lado de sua mulher ideal. Brincaram nas mais diferentes atrações, foram na montanha- russa no escuro, riram como crianças, se molharam com as crianças e comeram como adultos. Mas tudo acaba. Por volta de 19h dirigiram-se ao estacionamento que já estava bem vazio. No caminho até o carro ela comentou sobre um livro de Stephen King. Ao chegarem no carro ambos foram até o porta-malas para que ela trocasse de calçado, só que naquele exato momento veio-lhe na cabeça a idéia de escrever um conto que começou a contar para ela. Mas fez mais que contar, começou a transformá-lo em realidade jogando-a dentro do porta-malas e começando a beijá-la e despí-la. Nunca havia agido assim antes. Enquanto a possuía relatava seu conto e a estrangulava. Após terminar deixou-a no porta-malas, fechou o mesmo e rumou para a estrada de volta. Durante todo o percurso tentou encontrar um motivo que o tivesse levado a fazer o que fez. Mas não encontrou nenhum. Adentrou em áreas desabitadas e achou um riacho que seria perfeito para se desfazer do corpo e enfim voltar para casa. Seguiu pelo caminho de volta, chegou em casa e tomou um copo de Coca-Cola. hoje Mais uma vez, o mesmo... O gosto amargo da decepção A dor no peito interminável Palavras impensadas por um gesto seu Eu vou viver isso hoje Amanhã eu acordarei sem ti Indiferente! Sempre foi assim Não irá doer nem um pouco Foi bom, realmente bom! Intenso, insano, incomum... Magia rápida... se foi Foi como uma chuva de verão Duas vidas novamente Dois objetivos diferentes Caminhe por sua estrada A minha construirei só Os excessos mais uma vez A inflexibilidade outra vez O desrespeito por me ter Mas sei que vou vivendo... Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar 30/03/2004

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