29 de mar. de 2007
Pago o dobro!
Definitivamente o desejo é o maior inimigo da humanidade.
Cada vez mais fico estarrecido com o que as pessoas podem
fazer para conseguir ter luxo, conforto e poder.
Sendo assim resolvi me movimentar e gritar...
...Pago o dobro!
Pago o dobro do valor que ia ser roubado pelos assaltantes da
agência Moema de um dos maiores bancos brasileiros, que na
tentativa de arrecadar dinheiro para comprar armas, drogas,
carros, casas, putas; e o que mais o dinheiro pudesse comprar
deixaram uma garota paraplégica num ponto de ônibus, e de
quebra colaboraram para que outro cidadão que trabalha e
paga impostos tivesse sua perna amputada.
Justifica?
O que você quer que ainda não conseguiu?
Aquela Mercedes que o figurão passeia com sua família sem
se quer trocar uma palavra com os passageiros, ou quando
fala alguma coisa é para discutir investimentos e qual seria o
presente melhor para agradar um dos componentes da rica
e infeliz família?
Infeliz... Isso mesmo, infeliz família que não tem valores como
companhia, confidência, afeto e alegria ao sentar-se na mesa
compartilhando os bifes de contra filé contados, e comprados
com o pouco dinheiro que deu para comprar uma carne no mês.
Qual a sua escolha, reclamar porque hoje a cozinheira não fez
seu prato predileto, ou rir do dia terrível que você teve porque
seu chefe estava puto porque a cozinheira não fez seu prato
predileto?
Agora pago o dobro do valor de um Corsa sedan (ou Classic)
para os ladrões de galinha cariocas que arrastaram uma criança
de seis anos por quilómetros, criarem um filho até os seis anos
e depois de todo carinho e dinheiro gasto para dar uma boa
educação; amarrarem seu filho em um carro e o arrastarem também.
É isso que vale uma vida?
Tá bom, não sabemos o valor dela até que percamos alguém que
amamos. Mas e estas pessoas que atiram para qualquer lugar por
não estarem satisfeitas com sua atual situação? Que direito têm de
fazer isso?
O que as diferencia de outros cidadãos comuns que trabalham para
conseguir aos poucos ter uma vida um pouco menos ordinária?
O que lhes dá o direito de tirar vidas para ter conforto?
"- Mas ninguém teria morrido se não houvesse reação."
Claro que não, mas mais uma vez ficaríamos estáticos assistindo a
barbáries que fazem crianças como minha filha de oito anos dizerem:
"...Papai, não sai na rua aí em São Paulo porque os ladrões estão
malvados."
É esse o mundo que queremos viver?
Imparciais a acontecimentos e continuando a reclamar sem fazer nada
para mudar?
Pago o dobro para quem quiser fazer algo para mudar!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário