Modern Life
Quando Chaplin filmou "Vida moderna" não fazia
a menor idéia de como ela realmente seria; acho
que quem chegou mais perto foi George Orwell
com seu "1984", está certo que com um atraso de
aproximadamente 20 anos.
Há muito tempo atrás, quando ainda era apenas
mais um dos muitos office-boys que figuravam nas
ruas, escutei um cobrador falando "...hoje para morrer,
basta estar vivo", mal sabia ele o que se tornaria a
megalópole que tanto amo; provavelmente o cobrador
não era paulistano, e o corpo que estava estirado na
avenida São João...
Podia ser qualquer um.
Por que tudo isso?
Após o 17º assalto sem reação de minha parte, vejo
que realmente em lugar algum de SP estamos seguros.
Outro fato interessante a ser levantado, é quanto a hora
de cada um; será que realmente existe sua hora, ou será
que um belo dia alguém diz "Precisamos diminuir o peso
na Terra, vamos tirar mais uns lá de baixo"?
Digo isso porque no mesmo dia que fui assaltado, ocorria
no Rio de Janeiro um assalto muito semelhante, só que
com uma pequena diferença. A vítima era uma garota que
se negou a entregar a mochila e foi baleada.
Enfim, perdas a parte mais uma vez saí ileso. Mentira!
Em nenhum assalto levam somente seus bens materiais,
você passa dias sentindo falta de sabe-se lá o que, e é isso
que te faz mais falta, o algo indecifrável que você acaba
sentindo falta.
Desta vez apesar de perder este algo indecifrável, eu tive
a sorte de encontrar algumas pessoas de alma caridosa que
encontraram meus documentos e cartões jogados na Joaquim
Floriano. A eles só tenho a agradecer.
Mas ainda faltou algo além do indecifrável, roubaram o caderno
que me acompanhava para não deixar as inspirações escaparem
quando apareciam. Mais do que o indecifrável, com certeza esta
foi a maior perda; e o irônico que dentre os muitos textos e poemas
não digitados havia um específico que falava justamente sobre
perder. Era algo mais ou menos como "Tenho tido medo de ganhar,
porque sei que posso perder...". Irônico não?
Com a perda do celular, perdi todos meus telefones de contato e
aproveitei o advento do Orkut para solicitar aos amigos que lá se
encontram; recebi muitas respostas com os números, alguns ainda
não responderam e houve uma resposta em particular que até me
inspirou a escrever este post. Veio de uma amiga que não tenho
muito contato por falta de oportunidade, e que além de ser uma
mulher linda e inteligente, escreve muito bem.
A frase é de autoria da Andréia Werlich de Florianópolis e diz
exatamente isso:
"Que pena que te furtaram os versos...
Mas jamais a inspiração!!!"
E cá está ela.
Cristiano Rolemberg Carozzi Aguiar
02/09/2007
Do filme 21 Gramas
Quantas vidas vivemos?
Quantas vezes morremos?
Dizem que no momento exato de nossa morte perdemos
21 gramas.
Quando perdemos 21 gramas?
O quanto vai junto com eles?
O quanto se perde?
O quanto se ganha?
21 gramas, o peso de uma pilha de cinco moedas,
de uma barra de chocolate...
Quanto pesam 21 gramas?
Um comentário:
Gostou mesmo do "21 gramas"? Eu acho Iñárritu tão mais feliz em "Amores Brutos" que, quando assisti ao "21 gramas", quase achei patético! Mas o seu ângulo foi generoso. Que bom.
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